Meteorologia

  • 15 SEPTEMBER 2024
Tempo
22º
MIN 22º MÁX 34º

Partido cristão do Líbano acusa Hezbollah de "impor" guerra com Israel

O líder do partido cristão Forças Libanesas (FL) acusou hoje o movimento xiita pró-iraniano Hezbollah de arrastar o país para uma guerra com Israel em apoio ao Hamas palestiniano em Gaza, ignorando os libaneses.

Partido cristão do Líbano acusa Hezbollah de "impor" guerra com Israel
Notícias ao Minuto

20:56 - 01/09/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

Num discurso violento contra a formação islamista libanesa, Samir Geagea, líder do principal partido cristão, acusou o Hezbollah de "apropriar-se da decisão libanesa sobre a guerra e a paz, como se não existisse um Estado".

 

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas palestiniano, em outubro, o Hezbollah tem trocado diariamente tiros com Israel na fronteira entre os dois países, para apoiar o seu aliado palestiniano.

A Frente de Libertação Libanesa e outros partidos libaneses opõem-se à postura do movimento xiita pró-iraniano no conflito.

É uma "guerra que os libaneses rejeitam, mas que lhes foi imposta", disse Samir Geagea num discurso aos seus apoiantes a norte de Beirute.

"É uma guerra que os libaneses não querem e sobre a qual o governo não teve voz ativa. Esta guerra não serve o Líbano, não fez nada por Gaza e não aliviou o seu sofrimento", acrescentou.

Criado e financiado pelo Irão, o Hezbollah é a única fação libanesa que conservou as suas armas após a guerra civil (1975-1990).

O seu arsenal, muito superior ao do exército libanês, é apresentado pelos seus apoiantes como um baluarte contra Israel, inimigo declarado do Hezbollah. Mas os seus detratores consideram que o partido formou um "Estado dentro de um Estado".

"Esta guerra, em que o Hezbollah se envolveu, deve parar antes que se torne uma grande guerra que não deixará ninguém incólume", declarou Geagea, enquanto os seus apoiantes entoavam slogans hostis à formação xiita.

Aquele líder apelou também ao governo libanês para "convidar o Hezbollah a parar esta guerra absurda que não tem justificação nem perspetivas".

Segundo a ONU, mais de 110.000 pessoas foram deslocadas devido aos combates no sul do Líbano, que causaram 607 mortos, principalmente combatentes do Hezbollah, mas também 132 civis, de acordo com uma contagem da AFP.

Este discurso surge uma semana após o maior surto de violência entre Israel e o Hezbollah, com o exército israelita a anunciar que tinha frustrado um ataque em grande escala do Hezbollah em território israelita.

Por seu lado, o Hezbollah afirmou ter lançado centenas de 'drones' e foguetes contra Israel como vingança pela morte de um dos seus chefes militares num ataque israelita perto de Beirute no final de julho.

A intensidade da violência diminuiu entretanto, com ambas as partes a mostrarem contenção para evitar um conflito regional, segundo os analistas.

Leia Também: ONU exige fim da escalada de ataques entre Hezbollah e Israel

Recomendados para si

;
Campo obrigatório