Ministra da Justiça da África do Sul nega corrupção no caso do Banco VBS
A ministra da Justiça da África do Sul negou hoje as acusações de corrupção relacionadas com o VBS Mutual Bank, em que milhares de reformados perderam as poupanças, depois do desvio de 100 milhões de euros.
© Sharon Seretlo/Gallo Images via Getty Images
Mundo África do Sul
"A ministra não decide quem deve ou não ser processado, e ofereci imparcialidade à Autoridade Nacional de Acusação (NPA)", disse a governante, em resposta a perguntas dos deputados na Assembleia Nacional da África do Sul, citadas pela agência norte-americana de notícias Associated Press (AP).
Thembi Simelane insistiu que o empréstimo que recebeu era honesto e que o tinha pago com juros, e também negou que o empréstimo estivesse de alguma forma relacionado com o município encarregado de investir no banco.
Nas respostas aos deputados, negou qualquer conflito de interesses relativamente às investigações sobre o colapso do VBS e às suas responsabilidades como ministra.
Em causa está um escândalo financeiro envolvendo o VBS Mutual Bank, que detinha as poupanças de reformados maioritariamente da província do Limpopo, no norte do país, e que também garantiu ilegalmente investimentos de municípios locais, tendo sido declarado insolvente e falido em 2018, depois de se ter descoberto que mais de dois mil milhões de rands, cerca de 100 milhões de euros, tinham sido desviados do banco.
As investigações policiais revelaram que o dinheiro detido pelo banco foi utilizado para comprar casas e veículos de luxo, entre outras coisas, e para distribuir presentes financeiros a várias pessoas e organizações, incluindo partidos políticos.
A ministra da Justiça, Thembi Simelane, só foi nomeada para o cargo em junho, no âmbito do recém-formado Governo de unidade nacional do país, depois de o antigo partido no poder, o Congresso Nacional Africano, ter perdido a maioria parlamentar nas eleições de 29 de maio.
Alegadamente, recebeu um "empréstimo" para a compra de um café de uma empresa acusada de receber subornos pela intermediação de investimentos ilegais para o VBS junto de municípios sul-africanos, incluindo o município de Polokwane, onde era presidente da câmara na altura.
Foram vários os pedidos para que Simelane fosse afastada do cargo de ministra da Justiça, onde supervisiona politicamente a NPA, que está a julgar casos de corrupção relacionados com o VBS.
O Presidente, Cyril Ramaphosa, cujo Governo prometeu ser duro com a corrupção no Governo e nas empresas estatais desde que foi reeleito este ano, tem enfrentado pressão dos partidos da oposição e grupos da sociedade civil para demitir Simelane.
Na semana passada, o Presidente pediu a Simelane que lhe desse uma resposta oficial sobre as graves acusações de que era alvo.
Dirigindo-se aos meios de comunicação social após uma visita de Estado à China esta semana, Ramaphosa disse que o assunto relativo a Simelane não seria "varrido para debaixo do tapete".
As investigações contra os envolvidos no saque do banco já resultaram em condenações contra alguns dos alegados mentores do esquema.
Tshifiwa Matodzi, o antigo presidente do banco, foi recentemente condenado a 15 anos de prisão, depois de ter feito um acordo com o Estado, e revelou os mecanismos do processo, incluindo o dinheiro pago a partidos da oposição.
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