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Egito diz que fronteiras são inseguras e que acolhe milhões de refugiados

O presidente egípcio alertou hoje para a insegurança das fronteiras do seu país devido aos conflitos nos países vizinhos, enquanto lembrou que o Egito acolhe milhões de refugiados e tenta evitar a imigração irregular para a Europa.

Egito diz que fronteiras são inseguras e que acolhe milhões de refugiados
Notícias ao Minuto

15:45 - 11/09/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"As nossas três fronteiras, a sul com o Sudão, a oeste com a Líbia e agora as fronteiras a leste com Israel e Gaza, são inseguras, instáveis, e isso tem muitas repercussões", disse Abdul Fatah al-Sisi, numa conferência de imprensa no Cairo com o seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier.

 

O egípcio fez referência à situação delicada que se vive na Líbia há mais de uma década; ao conflito iniciado há mais de um ano no Sudão, que provocou a deslocação adicional de mais de meio milhão de pessoas para o Egito; e à guerra em Gaza, que também provocou a deslocação de milhares de pessoas para o país.

"Recebemos cerca de nove milhões de hóspedes. Não lhes chamamos refugiados, chamamos-lhes hóspedes que foram deslocados e vieram para o Egito por causa da crise nos seus países", recordou Al-Sisi, que tem insistido ao longo do último ano que o Cairo não pode suportar sozinho o fardo de tantos refugiados sem apoio financeiro.

A este respeito, recordou que "o Egito sempre esteve disposto, desde setembro de 2016, a não permitir que nenhum navio saísse das costas egípcias para a Europa com migrantes irregulares", uma 'carta' que o Cairo jogou nos últimos anos para garantir empréstimos e financiamento da União Europeia (UE).

"Acreditamos que é uma responsabilidade ética proteger estes migrantes e não deixar que ninguém morra durante a travessia do Mediterrâneo nestes barcos", afirmou o chefe de Estado egípcio.

Embora o Egito se tenha posicionado como o maior parceiro da Europa na contenção da migração irregular, organizações e agências da ONU afirmam que cada vez mais egípcios estão a partir em barcos a partir da costa líbia, devido à impossibilidade de o fazer a partir do território egípcio.

No início deste ano, a UE anunciou um pacote de 7,4 mil milhões de euros para reforçar a sua "parceria estratégica" com o Egito, a fim de abordar questões relacionadas com a migração, a segurança e o investimento em energia entre 2024 e 2027, mas o Cairo tem insistido que o apoio internacional "não é proporcional ao fardo que suporta" para proporcionar uma vida digna aos migrantes.

No encontro com o Presidente da Alemanha -- tradicional aliado de Israel -, Al-Sisi defendeu que a Europa "tem um grande peso" e influência no Médio Oriente e pediu que "exerça uma pressão adicional" para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza.

"A Europa também tem um grande peso e é muito importante que, durante esta fase importante, exerça uma pressão adicional sobre as diferentes partes para que cheguem a um acordo que permita alcançar a estabilidade e aliviar o sofrimento dos palestinianos em Gaza", afirmou o Presidente egípcio, um dos principais mediadores entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas neste conflito, que se prolonga há mais de 11 meses.

"Na Faixa de Gaza, a fome está a ser utilizada como uma arma contra os palestinianos e isso é muito perigoso", afirmou, descrevendo as práticas de Israel como "uma violação flagrante dos direitos humanos".

Por seu lado, Steinmeier sublinhou que "as pessoas estão à espera de notícias sobre os reféns israelitas", lembrando que pelo menos um alemão se encontra entre os reféns do Hamas que permanecem na Faixa de Gaza desde o ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

"O cessar-fogo deve ser alcançado enquanto os reféns ainda estão vivos e podem regressar às suas famílias. Um cessar-fogo ajudar-nos-ia a evitar uma nova escalada. Esta é a única forma de alcançar a paz", afirmou o chefe de Estado alemão.

Nesse sentido, indicou que a libertação dos reféns é uma "prioridade" e pediu que qualquer ator que tenha influência sobre as partes em conflito "deve usá-la para chegar a um acordo".

Leia Também: Acordo em Gaza está nos "90%", mas faltam "questões críticas"

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