"Mais de 25 prisioneiras políticas na cadeia de Evin juntaram-se no pátio do pavilhão das mulheres e penduraram cartazes com palavras de ordem e gritaram os lemas nos corredores e no pátio", informou Narges Mohammadi, ativista iraniana Prémio Nobel da Paz, na sua conta na rede social Instagram.
Mohammadi, que está detida na prisão de Evin, relatou ainda que as manifestantes protestaram contra as políticas repressoras da república islâmica contra as mulheres, entre as quais a imposição do véu (hijab).
Segundo Mohammadi, as prisioneiras queimaram véus no pátio da prisão, ato habitual durante os protestos desencadeados após a morte de Amini, aos 22 anos.
Masha Amini morreu depois de ter sido detida pela polícia de costumes iraniana, em 13 de setembro de 2022, por alegadamente não estar a usar devidamente o véu islâmico.
A morte de Amini -- que assinalará dois anos na segunda-feira -- foi seguida de protestos que duraram meses e foram brutalmente reprimidos pelas autoridades iranianas, com um balanço de 500 mortes, dez execuções e 22 mil detenções.
Sob as palavras de ordem "mulher, vida, liberdade", milhares de manifestantes pediram o fim do regime teocrático iraniano.
A Nobel da Paz disse ainda que as manifestantes reivindicaram o fim da pena de morte no Irão, onde, segundo as Nações Unidas, este ano já foram executadas cerca de 400 pessoas.
"As mulheres de Evin permanecem unidas e decididas até à abolição da pena de morte", vincou Mohammadi, adiantando que as prisioneiras cumprirão, no domingo, uma greve de fome em solidariedade com o povo e os manifestantes iranianos.
"Podem perder-se vidas, podem rolar cabeças, mas a liberdade nunca morrerá", prometeu.
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