"Não, claro que não, o que é que podemos falar com ele?", respondeu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Riabkov, de forma brusca, quando questionado pela agência russa Ria Novosti sobre a possibilidade de tal encontro, segundo a agência francesa AFP.
Mais de 130 chefes de Estado e de Governo são esperados em Nova Iorque a partir de domingo para a assembleia anual da ONU.
A reunião ocorre numa altura em que a comunidade internacional parece incapaz de resolver os conflitos na Ucrânia, em Gaza, no Líbano ou no Sudão.
As relações entre a Rússia e os Estados Unidos estão num nível de tensão que não se via desde a Guerra Fria, o período de rivalidade entre o Ocidente e o Leste que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
As relações entre Moscovo e Washington deterioraram-se fortemente desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, numa guerra em que Kiev conta com o apoio dos Estados Unidos e de outros aliados ocidentais.
Os Estados Unidos e o Reino Unido estão a ponderar autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra o território russo, o que levou Moscovo a considerar que isso significaria que a NATO "estaria em guerra com a Rússia".
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou na segunda-feira o aumento do número de efetivos do exército da Rússia, que justificou com as ameaças do Ocidente.
Com o novo aumento de efetivos, os meios de comunicação social russos referiram que o exército da Rússia se tornará o segundo maior do mundo, a seguir à China.
Além da Ucrânia, Moscovo e Washington estão em desacordo sobre uma série de questões internacionais, particularmente na Ásia, onde a Rússia intensificou a aproximação à China, à Coreia do Norte e ao Irão.
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