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Colômbia quer liderar resposta a ameaças planetárias (com biodiversidade)

Considerado um dos países com a mais rica biodiversidade do mundo, a Colômbia quer dirigir a comunidade internacional na resposta às ameaças à espécie humana, por ocasião da COP16 que organiza este outono, apesar dos desafios de segurança.

Colômbia quer liderar resposta a ameaças planetárias (com biodiversidade)
Notícias ao Minuto

00:23 - 24/09/24 por Lusa

Mundo Colômbia

A 16.ª Conferência das Partes (COP, na sigla em Inglês) da ONU sobre a biodiversidade está marcada para Cali, no sudoeste do país, entre 21 de outubro e 1 de novembro.

 

Um dos trabalhos é medir os avanços para o objetivo ambicioso, definido na COP15 de Montreal, em dezembro de 2022, de colocar sob proteção ambiental "pelo menos 30%, até 2030", da superfície dos oceanos e das terras, sublinhou a ministro do Ambiente colombiana, Susana Muhamad, à AFP.

"Montámos uma plataforma para que a biodiversidade esteja no topo das preocupações políticas mundiais", disse durante uma conferência de imprensa, em Nova Iorque, onde participa na Assembleia Geral da ONU.

"Se tudo correr bem, a COP16 também poderá ajudar a comunidade internacional para os debates da COP29 [a 29.º COP sobre alterações climáticas], que se vai realizar em Baku [Azerbaijão], de 11 a 22 de novembro".

Mais de cem ministros e 1 chefes de Estado, como o brasileiro Lula da Silva e a mexicana Claudia Sheinbaum, devem estar em Cali.

"Enquanto país rico em biodiversidade, existe um potencial para a região. Chegou a América Latina", considerou.

Os analistas concordam que a Colômbia pode congratular-se por ter uma diversidade excecional de espécies e ecossistemas dos Antes à Amazónia: pássaros, plantas, orquídeas, borboletas, peixes de água doce e anfíbios.

Mas Muhamad aponta que também existem problemas, como a desflorestação para a plantação da coca e o tráfico de cocaína para os EUA.

Produção esta que cresceu depois do acordo de paz assinado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia [FARC], que transformou os guerrilheiros em agricultores ilegais.

Mas uma das principais fações da dissidência das FARC, o Estado-Maior Central [EMC], recusou o acordo de paz e ameaçou fazer "fracassar" a COP16.

Mas, em 01 de agosto, o EMC decretou uma trégua das suas "ofensivas" durante a conferência da ONU, durante a qual são esperados 12 mil participantes, entre diplomatas, expositores e visitantes de 90 países, na terceira cidade da Colômbia, que tem 2,2 milhões de habitantes, para onde deve ser destacado um importante dispositivo de segurança, com 10 mil militares e polícias, homens e mulheres.

"Apesar de podermos afirmar que temos uma voz muito forte na cena internacional, não podemos dizer que a Colômbia resolveu os seus problemas", admitiu a ministra, que começou como militante ecologista antes de abraçar uma carreira política.

Com efeito, a COP16, cujo emblema oficial é a flor vermelha Inirida, que se encontra na Amazónia colombiana, tem como lema fazer a ou estar em "paz com a Natureza".

Muhamad espera que os resultados da conferência da ONU sobre a biodiversidade possam ter um efeito positivo sobre o sudoeste da Colômbia e as suas comunidades indígenas, uma região vítima da produção e do tráfico de droga.

A COP16 entende promover a proteção da biodiversidade, a agricultura sustentável, o ecoturismo e projetos ambientais.

Muhamad também exigiu atos dos países ricos, que na COP 15 se comprometeram a fornecer aos países em desenvolvimento pelo menos 20 mil milhões de dólares por ano até 2025 e pelo menos 30 mil milhões até 2030.

Porém, o fundo criado só recebeu até agora promessas de donativos de 400 milhões de dólares, dos quais só cerca de metade foi efetivamente entregue, deplorou a ministra.

Leia Também: Governo admite relação de fogos com alterações climáticas. "Mas não é só"

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