Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017.

Morrison ascendeu a primeiro-ministro um ano depois e as relações bilaterais azedaram ainda mais sob o seu governo conservador, que foi substituído pelo Partido Trabalhista de centro-esquerda do primeiro-ministro Anthony Albanese após as eleições gerais de 2022.

Chalmers disse hoje que o principal objetivo da sua visita é copresidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático.

As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais.

"Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China", disse Chalmers, citado pela imprensa australiana.

"Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália", acrescentou Chalmers.

O diálogo foi realizado pela última vez em 2017.

As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19.

Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos (11,60 mil milhões de euros), por ano.

A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato.

Em novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos.

Mas a Austrália continua a desconfiar da China como parceiro comercial, apesar da melhoria das relações, e está interessada em estreitar os laços económicos com a nação mais populosa do mundo, a Índia.

O ministro indiano do Comércio e Indústria, Piyush Goyal, reuniu-se hoje com o seu homólogo australiano, Don Farrell, na Austrália, para discutir o progresso de um novo acordo bilateral de comércio livre que promove um pacto de 2022.

"Como testemunho da importância que a relação com a Austrália tem para a Índia, estamos a procurar aumentar significativamente as nossas parcerias em matéria de comércio, investimento, turismo e tecnologia e, por conseguinte, um dos primeiros anúncios que gostaria de fazer é que em breve criaremos em Sydney um gabinete que abrangerá todas estas quatro áreas", disse Goyal aos jornalistas em Adelaide, cidade natal de Farrell.

A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.

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