O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que visitou Porto Príncipe no início de setembro, fez o anúncio durante uma reunião ministerial sobre o Haiti, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.
Esta ajuda deve ser utilizada para o desenvolvimento, a economia, a saúde e a segurança do povo haitiano, segundo um comunicado de imprensa do Departamento de Estado.
A diplomacia norte-americana detalhou que esta nova ajuda eleva para 1,3 mil milhões de dólares o apoio norte-americano ao país caribenho desde 2021.
Washington anunciou também sanções contra um antigo membro do parlamento haitiano, Prophane Victor, pelo seu papel na formação, apoio e armamento de gangues, e contra o líder do gangue Gran Grif, Luckson Elan, pelo seu envolvimento em graves violações dos direitos humanos.
A reunião sobre o Haiti deve fazer um balanço da situação no país e do estabelecimento da missão policial, contando com a presença do primeiro-ministro haitiano Garry Conille, do presidente do conselho de transição Edgar Leblanc Fils, bem como do Quénia, Canadá e França, e de membros da Comunidade das Caraíbas (Caricom).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou numa entrevista recente à agência France-Presse (AFP) a falta de contribuições para financiar a missão multinacional liderada pelo Quénia, considerando a situação inaceitável.
Num discurso, observou que o fundo especial da ONU para financiar a missão atingiu os 85,3 milhões de dólares, lembrando que "continua a ser totalmente insuficiente".
Cerca de 400 polícias quenianos chegaram a Porto Príncipe este verão, e outros 600 deverão chegar nas "próximas semanas", segundo Blinken.
Um primeiro contingente da Jamaica e do Belize também chegou ao Haiti há poucos dias.
A força poderá eventualmente chegar aos 2.000 membros.
O envio da Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS) permitiu alguns progressos ocasionais, como a reabertura do aeroporto, mas a situação de segurança continua a ser muito crítica no Haiti.
"Precisamos de muito mais em termos de material, equipamento e pessoal para resolver o problema de segurança e permitir a realização de eleições" em novembro próximo, alertou Leblanc Fils.
As estradas nacionais ainda estão ocupadas por gangues armados, que controlam mais de 80% da capital.
O Haiti sofre há muito tempo com a violência de gangues criminosos, mas nos últimos meses esta tem aumentado e provocado uma grave crise humanitária, com o país a contar com quase 600 mil pessoas deslocadas, segundo a ONU.
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