O diretor da loja Harrods, antiga propriedade de Mohamed Al Fayed, pronunciou-se pela primeira vez depois de o empresário ter sido acusado de vários crimes de assédio e abuso sexual, alguns dos quais feitos por antigas funcionárias da loja.
O responsável pela marca admitiu que o Al Fayed presidia o espaço com "uma cultura tóxica de secretismo, intimidação, medo de repercurssões e má conduta sexual".
"Na qualidade de diretor-geral da Harrods, gostaria de transmitir o meu horror pessoal perante as revelações que surgiram na semana passada", escreve Michael Ward num comunicado em que assume que a empresa "falhou às suas funcionárias e lamentamos muito por isso".
“Como alguém que trabalha na Harrods desde 2006 e, portanto, trabalhou para Fayed até à mudança de proprietário em 2010, sinto que é importante deixar claro que não tinha conhecimento dos seus crimes e abuso", acrescenta, referindo que pese embora houvesse "rumores sobre o seu comportamento a circular no domínio público, nunca me foram apresentadas quaisquer acusações ou alegações pela Polícia, pelo CPS [Ministério Público], por canais internos ou outros".
"Se tivessem sido, teria atuado imediatamente”, garantiu.
Recorde-se que pelo menos 37 mulheres acusam Mohamed Al-Fayed, que morreu no ano passado, aos 94 anos, de violação e agressão sexual. Pelo menos cinco delas afirmam ter sido violadas por Al-Fayed, que era o pai do último companheiro da princesa Diana, Dodi, que morreu em Paris, a 31 de agosto de 1997, no acidente de viação que vitimou o casal.
O caso foi denunciado pela BBC e desde então a equipa de advogados que representa as vítimas recebeu "mais de 150 novos pedidos" de informação. São pedidos de "sobreviventes e pessoas com provas sobre Al-Fayed", disseram à AFP.
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