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Emirados condenam ataque "odioso" e "cobarde" contra embaixada no Sudão

Os Emirados Árabes Unidos manifestaram hoje a sua indignação, após um ataque à residência do seu embaixador no Sudão por um avião do exército sudanês, acusando as forças armadas sudanesas de uma ação "odiosa" e "cobarde".

Emirados condenam ataque "odioso" e "cobarde" contra embaixada no Sudão
Notícias ao Minuto

30/09/24 11:06 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Sudão

O exército sudanês acusa os Emirados Árabes Unidos desde o início da guerra, em 15 de abril de 2023, de apoiarem as Forças de Ação Rápida (RSF, na sigla em inglês), paramilitares, e Abu Dhabi tem negado repetidamente as acusações de envolvimento na guerra.

 

"Os Emirados Árabes Unidos condenam veementemente o ataque hediondo contra a residência do chefe de missão dos Emirados em Cartum por um avião do exército sudanês, que causou danos consideráveis no edifício", noticiou a agência oficial do país, Wam.

"Os Emirados apelam ao exército para assumir toda a responsabilidade por este ato cobarde", acrescentou a agência, denunciando uma "violação flagrante do princípio fundamental da inviolabilidade das instalações diplomáticas".

De acordo com testemunhas em Cartum, intensos combates eclodiram em várias zonas da capital nos últimos quatro dias, marcando um recrudescimento significativo das hostilidades.

Em junho, o embaixador sudanês junto da ONU, Al-Harith Idriss al-Harith Mohamed, acusou Abu Dhabi de apoiar financeira e militarmente as RSF e de ser assim responsável pela continuação da guerra.

Esta acusação foi rejeitada pelo seu homólogo dos Emirados, Mohamed Issa Hamad Mohamed Abushahab, que a qualificou recentemente como uma "tentativa cínica de desviar a atenção das fraquezas das forças armadas sudanesas".

Os Emirados afirmam que os seus esforços se centram exclusivamente na redução da escalada e no alívio do sofrimento humanitário no Sudão.

A guerra eclodiu em Cartum, a capital sudanesa, em 15 de abril de 2023, e opõe as forças armadas sudaneses chefiadas pelo general Abdel Fattah al-Burhan às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) lideradas por outro general, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".

Quando os combates começaram em Cartum, Burhan e Hemedti eram, respetivamente, presidente e vice-presidente do Conselho Soberano de Transição, que era o órgão executivo do Sudão desde agosto de 2019, na sequência do golpe militar que derrubou o antigo ditador, Omar al-Bashir, em 11 de abril de 2019.

Em outubro de 2021, Burhan e Hemedti lideraram um golpe militar, que dissolveu o Governo e destituiu os membros civis do Conselho de Transição, transformando-o numa junta militar. Um ano depois, no quadro do relançamento do processo de transição em dezembro de 2022, começou um ciclo de tensões crescentes entre as forças armadas sudanesas e as RSF -- em consequência de um plano de integração dos elementos desta segunda força nas forças armadas regulares --, que acabou por resultar no confronto aberto em 15 de abril de 2023.

Rapidamente, as RSF assumiram o controlo militar de parte significativa de Cartum, assim como de outras partes do país e obrigaram Burhan a refugiar-se com o seu quartel-general em Porto Sudão, a cerca de 680 quilómetros a noroeste da capital, tendo as suas forças respondido essencialmente através da Força Aérea Sudanesa, que ficou sob o seu controlo.

O Sudão vive atualmente a maior crise de deslocação forçada do mundo, com cerca de 10 milhões de pessoas -- um em cada cinco sudaneses - obrigadas a fugir das suas casas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Um relatório recente da Amnistia Internacional (AI) documentou a transferência para o Sudão de armas estrangeiras de fabrico recente, provenientes de países como a China, os Emirados Árabes Unidos, a Rússia, a Sérvia, a Turquia e o Iémen.

Existem também provas da sua utilização por ambas as partes no conflito.

Al-Burhan acusou na semana passada, na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, as RSF de receberem "apoio financeiro, logístico e armamento a nível local e regional", considerando "lamentável que esses Governos se prestem a violar o direito internacional e os direitos humanos no Sudão".

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