Adiada decisão sobre arquivamento de processo de mulher de Sánchez

A resposta aos pedidos de arquivamento do processo judicial que envolve a mulher do primeiro-ministro de Espanha foi hoje adiada para uma data ainda a anunciar pelo coletivo de juízes que deveria ter-se pronunciado esta segunda-feira.

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© Borja B. Hojas/Getty Images

Lusa
30/09/2024 16:40 ‧ 30/09/2024 por Lusa

Mundo

Sánchez

Segundo vários meios de comunicação social, os juízes adiaram a decisão por não lhes ter sido enviada toda a documentação do processo que envolve Begoña Gómez, mulher de Pedro Sánchez.

 

Begoña Gómez está a ser investigada por suspeita de tráfico de influências e corrupção nos negócios.

A investigação tem como base queixas de associações ligadas à extrema-direita e centra-se, em particular, na sua relação profissional de Begoña Gómez com um empresário cujas empresas negociaram ajudas públicas ou participaram em concursos públicos num período em que Pedro Sánchez já era primeiro-ministro.

Em linha com as conclusões de dois relatórios da investigação policial, a defesa de Begoña Gómez pediu o arquivamento do caso e o Ministério Público que seja delimitado o objeto da investigação.

Tanto a defesa como o Ministério Público contestam que o juiz que tutela a investigação tenha definido que o processo visa "todos os atos, condutas e comportamentos" de Begoña Gómez "desde que o marido é presidente do Governo de Espanha e que estejam abrangidos pela denúncia inicial".

A defesa considera que está em causa uma "investigação universal", que é proibida por lei, enquanto o Ministério Público pede para ser delimitado o objeto de um "processo judicial genérico".

São estes pedidos da defesa (para o arquivamento) e do Ministério Público (para que seja delimitado o objeto da investigação) que deveriam ter tido uma resposta hoje por parte da Audiência de Madrid.

Para além destes recursos, tanto Begoña Gómez como Pedro Sánchez apresentaram queixas por prevaricação contra o juiz que tutela a investigação, Juan Carlos Peinado.

A mulher de Pedro Sánchez acusa o juiz de estar a tomar decisões "arbitrárias e manifestamente injustas" e de "ter forçado" as regras da instrução judicial deste caso, que qualifica como "uma instrução perversa".

Já o primeiro-ministro, queixou-se do juiz por o ter impedido de testemunhar por escrito, como prevê a lei para os chefes do Governo quando estão em causa processos relacionados com o exercício do cargo.

Sánchez acabou por invocar o direito ao silêncio quando o juiz se deslocou pessoalmente à sede do Governo, no mês passado, para o ouvir no âmbito deste caso.

Sánchez e o Partido Socialista espanhol (PSOE), que lidera, têm reiterado não haver nada que fundamente a investigação e que está em causa uma perseguição política e pessoal.

Este caso foi o motivo que levou Sánchez a ponderar demitir-se em abril, afirmando-se vítima, com a família, de uma "máquina de lodo" que difunde mentiras e desinformação na Internet que são depois levadas para o debate político pela direita e pela extrema-direita e judicializadas com queixas de associações extremistas.

Leia Também: Felipe VI fora de tomada de posse no México? "Inexplicável e inaceitável"

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