A quantificação foi feita pela agência da ONU para a alimentação e agricultura [FAO, na sigla em Inglês] e divulgada na quinta-feira.
Com referência a 01 de setembro, 67,6% das terras agrícolas [mais de cem mil hectares] estavam destruídos, segundo este documento feito pelo com o centro de satélites da ONU [Unosat].
Estes valores, referidos a maio e fevereiro eram respetivamente 57,3% e 42,6%.
Mais precisamente 71,2% dos pomares e das plantações arborícolas tinham sido afetados, tal como 67,1% das grandes culturas, em particular na região de Khan Younes, e 58,5% das culturas hortícolas, segundo o documento baseado em imagens de satélite.
Além das culturas, mais de metade dos poços com uso agrícola (1.188) e 577 hectares de estufas foram danificados "significativamente", com as imagens a mostrarem traços de veículos pesados, bombardeamentos ou locais arrasados.
Cerca de 945% do gado bovino foi morto. Sobreviveram 53% das ovelhas [menos de 25 mil animais] e 37% das cabras [três mil]. E no porto da cidade de Gaza, a maior parte dos barcos de pesca foi destruída.
"A extensão da destruição atinge níveis sem precedente. Isto coloca questões sérias quanto às capacidades de produção atuais e futuras, com a ajuda alimentar, por si só, a não ser capaz de responder às necessidades diárias da população de Gaza", alertou a diretora-geral-adjunta da FAO, Beth Bechdol, citada em comunicado.
"Esta destruição da terra agrícola ahgrava o risco iminente de fome em toda a Faixa de Gaza", acrescentou.
Os mais de dois milhões de habitantes têm uma necessidade urgente de alimentação, desde logo quando o acesso da ajuda humanitária continua restringido pelos militares israelitas, sublinhou a organização.
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