"O povo israelita não pode olhar para o futuro com confiança enquanto não tiver a certeza de que o 7 de outubro [de 2023] não voltará a acontecer", afirmou Borrell, citado num comunicado de imprensa hoje divulgado, quando se assinala um ano sobre o ataque que matou cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e causou 251 reféns.
Na mesma nota informativa, Borrell volta a reiterar que o Hamas "deve libertar todos os reféns imediata e incondicionalmente".
Israel respondeu ao ataque do grupo extremista palestiniano com uma ofensiva na Faixa de Gaza que, desde então, provocou cerca de 42.000 mortos, segundo o governo do enclave controlado pelo Hamas desde 2007.
Também mais de 740 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, sob ocupação israelita.
No comunicado divulgado, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança referiu ainda que "a guerra total declarada pelo Governo israelita contra o Hamas conduziu a uma crise humanitária".
"As cicatrizes são profundas e o povo palestiniano não vê qualquer futuro se os seus direitos não forem respeitados", frisou o alto representante.
Numa mensagem divulgada no domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou igualmente a um cessar-fogo imediato em Gaza e à libertação dos reféns israelitas, sublinhando que a UE apoia "os esforços diplomáticos em curso para alcançar um acordo global".
Von der Leyen e Borrell condenaram também o alastrar do conflito na região, com a abertura de uma nova frente no Líbano e com o envolvimento do Irão.
O movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas, declarou hoje que vai continuar a combater a "agressão" de Israel.
O grupo libanês classificou Israel como uma entidade "cancerosa" que deve ser erradicada.
Desde outubro de 2023, Israel e o Hezbollah têm estado envolvidos num fogo cruzado quase diário, hostilidades que se agravaram nas últimas semanas.
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