NATO inicia exercícios nucleares anuais no Mar do Norte na segunda-feira

A NATO vai iniciar os seus exercícios nucleares anuais na segunda-feira com a participação de 60 aviões e tendo como principais cenários o Reino Unido, o Mar do Norte, a Bélgica e os Países Baixos.

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Lusa
10/10/2024 17:24 ‧ 10/10/2024 por Lusa

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A informação foi confirmada pelo novo secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, durante uma visita a Londres, após um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

 

"Num mundo incerto, é fundamental que testemos a nossa defesa e que a reforcemos, para que os nossos adversários saibam que a NATO está pronta e é capaz de responder a qualquer ameaça", disse Rutte aos jornalistas.

O "Steadfast Noon", como são conhecidos estes exercícios, vai prolongar-se durante cerca de duas semanas. 

Será conduzido pela Bélgica e pelos Países Baixos, utilizará oito bases militares e envolverá 2.000 efetivos e 60 aviões de 13 países. 

Participam aviões bombardeiros e caças de combate que podem transportar ogivas nucleares. Não são utilizadas munições reais. A maior parte do exercício decorre a cerca de 900 quilómetros (560 milhas) da Rússia, no Mar do Norte. 

Moscovo foi informada dos exercícios, segundo os responsáveis da NATO. Há mais de uma década que o exercício se realiza todos os anos, sensivelmente na mesma altura.

No ano passado, a Itália e a Croácia organizaram exercícios na mesma altura na zona do Mediterrâneo. Os exercícios envolveram 13 aliados e, em particular, bombardeiros B-52 provenientes dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, com as suas forças nucleares estratégicas, são fundamentais para a capacidade de dissuasão da segurança da NATO. A França também possui armas nucleares, mas não faz parte do grupo de planeamento nuclear da organização.

O secretário-geral adjunto da NATO para a Política e Planeamento da Defesa, Angus Lapsley, afirmou à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) que o exercício tem como objetivo provar que a capacidade da Aliança para contrariar qualquer ameaça aos seus 32 países membros é credível e algo que "qualquer adversário teria de levar extremamente a sério".

Lapsley afirmou que a NATO tem acompanhado a emergência da Coreia do Norte como potência nuclear, a rápida expansão das capacidades nucleares da China e os desenvolvimentos no Irão. 

"Mas, obviamente, o que mais nos preocupa é a Rússia", salientou.

Moscovo tem vindo a investir nas suas forças nucleares "com uma intensidade acelerada" nos últimos dois anos, apontou o representante, mencionando ainda que a Rússia está a "introduzir muitos sistemas novos e a dar mais ênfase ao investimento em sistemas de armas de curto e médio alcance".

Leia Também: Força Aérea acompanha passagem de navio russo por águas nacionais

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