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Médio Oriente. Médicos Sem Fronteiras fecham duas clínicas no Líbano

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou hoje ter encerrado duas das suas clínicas no Líbano -- em Beirute e no nordeste -- por causa dos ataques israelitas no país, que mataram pelo menos 50 paramédicos nas últimas duas semanas.

Médio Oriente. Médicos Sem Fronteiras fecham duas clínicas no Líbano
Notícias ao Minuto

17:51 - 10/10/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"Os MSF foram obrigados a encerrar completamente a sua clínica no campo palestiniano de Burj al-Barajneh, nos subúrbios do sul de Beirute, e a suspender temporariamente as suas atividades em Baalbek-Hermel, no nordeste do Líbano", disse a organização não-governamental (ONG) num comunicado, em que sublinhou que ambas as zonas foram "gravemente afetadas pelos ataques".

 

A ONG denunciou igualmente que a sua equipa médica móvel, "que costumava conseguir chegar perto da fronteira sul [com Israel], já não o vai poder fazer devido à falta de segurança", estando atualmente limitada a operar apenas até Sidon.

A este respeito, a organização apelou às partes em conflito para que respeitem o direito humanitário internacional.

"Os civis e as infraestruturas civis, as instalações médicas e o pessoal médico não devem ser visados. A sua segurança deve ser garantida", disse o coordenador de emergência dos MSF no Líbano, François Zamparini, citado no comunicado.

Zamparini sublinhou que esta limitação de movimentos e a redução das suas operações devido "à intensidade da violência, aos danos nas estradas e à falta de garantias de segurança" surgem numa altura em que as necessidades médicas e humanitárias são maiores.

Relativamente à clínica de Hermel, o coordenador de emergência dos MSF explicou que esta foi "parcialmente" reaberta para garantir que os pacientes recebam os seus medicamentos. 

"Foi-lhes dado um 'stock' de medicamentos essenciais para dois a três meses, em função da gravidade da doença e dos riscos médicos", dada a situação de incerteza, referiu ainda o representante.

Há um ano que Israel e o movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah estão em conflito, numa confrontação que atingiu um novo nível nas últimas duas semanas, com uma intensa campanha de bombardeamentos israelitas contra o Líbano, incluindo Beirute, que causou mais de 2.100 mortos e 1,2 milhões de desalojados. 

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