"Os MSF foram obrigados a encerrar completamente a sua clínica no campo palestiniano de Burj al-Barajneh, nos subúrbios do sul de Beirute, e a suspender temporariamente as suas atividades em Baalbek-Hermel, no nordeste do Líbano", disse a organização não-governamental (ONG) num comunicado, em que sublinhou que ambas as zonas foram "gravemente afetadas pelos ataques".
A ONG denunciou igualmente que a sua equipa médica móvel, "que costumava conseguir chegar perto da fronteira sul [com Israel], já não o vai poder fazer devido à falta de segurança", estando atualmente limitada a operar apenas até Sidon.
A este respeito, a organização apelou às partes em conflito para que respeitem o direito humanitário internacional.
"Os civis e as infraestruturas civis, as instalações médicas e o pessoal médico não devem ser visados. A sua segurança deve ser garantida", disse o coordenador de emergência dos MSF no Líbano, François Zamparini, citado no comunicado.
Zamparini sublinhou que esta limitação de movimentos e a redução das suas operações devido "à intensidade da violência, aos danos nas estradas e à falta de garantias de segurança" surgem numa altura em que as necessidades médicas e humanitárias são maiores.
Relativamente à clínica de Hermel, o coordenador de emergência dos MSF explicou que esta foi "parcialmente" reaberta para garantir que os pacientes recebam os seus medicamentos.
"Foi-lhes dado um 'stock' de medicamentos essenciais para dois a três meses, em função da gravidade da doença e dos riscos médicos", dada a situação de incerteza, referiu ainda o representante.
Há um ano que Israel e o movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah estão em conflito, numa confrontação que atingiu um novo nível nas últimas duas semanas, com uma intensa campanha de bombardeamentos israelitas contra o Líbano, incluindo Beirute, que causou mais de 2.100 mortos e 1,2 milhões de desalojados.
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