Pelo menos 18 instalações médicas no Líbano atacadas por Israel

Pelo menos 18 instalações médicas no Líbano foram atacadas por Israel desde 17 de setembro, dia em que começou um conflito armado aberto entre os dois países, denunciou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Lusa
11/10/2024 12:29 ‧ 11/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O número corresponde aos ataques que a organização de saúde conseguiu "verificar" e nos quais morreram 72 pessoas, ficando dezenas de outras feridas, incluindo vários membros da OMS, disse o porta-voz Christian Lindmeier, em Genebra.

 

Desde o início da guerra em Gaza, há um ano -- conflito que, logo desde o início, teve repercussões no Líbano com hostilidades entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah -, os bombardeamentos israelitas afetaram um total de 34 instalações de saúde, limitando o acesso a serviços essenciais, acrescentou o porta-voz.

Christian Lindmeier especificou que alguns dos serviços afetados são a traumatologia (mais importante do que nunca tendo em conta o elevado número de feridos de guerra), a saúde maternoinfantil e o tratamento de doenças crónicas, como cancro, além das vacinações de rotina.

Esta situação aumenta consideravelmente o risco de propagação de doenças infecciosas, alertou.

Sobre a situação no Líbano, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou, em Genebra, que são constantes os relatos de ataques contra hospitais e outros centros de saúde, ambulâncias e escolas que a sua organização recebe.

Insistiu que todas as partes neste conflito têm a obrigação de proteger os civis de acordo com as normas humanitárias internacionais e lembrou que qualquer aparente violação destas regras deve ser investigada e os responsáveis ??devem ser punidos pelas suas ações.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, entre os mais de 2.000 mortos no Líbano devido aos bombardeamentos israelitas há pelo menos 400 crianças e mulheres.

A OMS já tinha denunciado hoje as dificuldades impostas por Israel à passagem de duas missões da organização para o norte da Faixa de Gaza, pedindo respeito pelas operações humanitárias, já que a região "quase não tem serviços de saúde".

O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou, na rede social X, que uma equipa da OMS não conseguiu realizar a retirada médica de doentes em estado crítico de três hospitais da zona "devido a atrasos de até 10 horas nos postos de controlo".

"A missão do Hospital Al Sahaba de entregar combustível, bolsas de sangue e material médico foi rejeitada em duas ocasiões", criticou, referindo que já foram "rejeitadas ou impedidas" sete missões da OMS no norte de Gaza.

Por isso, a organização de saúde apelou a Israel para que "deixe de emitir ordens de evacuação" e "proteja os hospitais" da zona, além de "trabalhar para um cessar-fogo".

Leia Também: Irão diz-se pronto a defender soberania em caso de ataque de Israel

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