"Os exercícios militares lançados pela China têm como objetivo minar o estado de paz e estabilidade na região e continuar a utilizar a coerção militar contra os países vizinhos, o que não está de acordo com as expectativas da comunidade internacional", afirmou William Lai, através da sua conta oficial na rede social Facebook.
"Estamos empenhados em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e aguardamos com expectativa um diálogo e um intercâmbio igualitário, respeitoso, saudável e ordenado entre os dois lados do estreito. Esta é a nossa atitude constante e imutável", acrescentou.
Lai, considerado um independentista e um agitador pelas autoridades de Pequim, convocou uma reunião sobre segurança nacional em que participaram o seu vice-presidente, Hsiao Bi-khim, o ministro da Defesa, Wellington Koo, e o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, Joseph Wu, entre outros altos funcionários.
Na mensagem no Facebook, Lai afirmou que o governo de Taiwan segue os movimentos dos militares chineses "em tempo real" e mantém um "conhecimento completo" da situação, sublinhando que o governo irá "prestar atenção ao bem-estar público" e manter a "estabilidade social".
O dirigente reiterou ainda que Taiwan "está disposta a cooperar com a China" para procurar "partilhar a paz e a prosperidade" e "proporcionar bem-estar às pessoas" de ambos os lados do Estreito.
Os comentários surgem depois de Pequim ter anunciado exercícios militares em torno de Taiwan, designados Joint Sword-2024B, nos quais replica o bloqueio e a tomada de portos e áreas importantes da ilha, bem como ataques a alvos navais e terrestres.
As manobras envolvem exércitos terrestres, marítimos, aéreos e de mísseis, e são semelhantes às que a China realizou em maio passado, também no Estreito de Taiwan e em torno do território autónomo cuja soberania Pequim reivindica.
Na altura, o Governo chinês avisou que voltaria a "tomar medidas" se "as forças secessionistas que procuram a independência de Taiwan continuassem a provocar" e até que a "reunificação completa" do país fosse alcançada.
A ação de hoje é a quinta vez que a China recorre a este tipo de manobras desde 2022, altura em que levou a cabo a primeira deste calibre em resposta à visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, que enfureceu Pequim e elevou as tensões entre as duas margens do estreito a níveis nunca vistos em décadas.
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