Guerra na Ucrânia. Rússia anuncia conquista de aldeia na frente sul

A Rússia anunciou hoje que conquistou a aldeia de Levadne, no sul da Ucrânia, num momento em que procura explorar as fraquezas ucranianas na linha da frente, especialmente na zona leste, antes da chegada do inverno.

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© ROMAN PILIPEY/AFP via Getty Images

Lusa
14/10/2024 23:24 ‧ 14/10/2024 por Lusa

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Guerra na Ucrânia

Por seu turno, as autoridades ucranianas disseram que não houve ataques noturnos de drones, pela primeira vez em cerca de seis semanas, depois de terem anunciado, há cinco dias, que tinham atacado uma instalação de armazenamento deste tipo de equipamentos, de fabrico iraniano, na região russa de Krasnodar, onde estariam guardados cerca de 400 aparelhos.

 

Levadne, na região de Zaporíjia, foi tomada pelos russos logo no início da invasão em 24 de fevereiro de 2022, mas foi recapturada pelas forças ucranianas durante uma contraofensiva no verão de 2023.

As autoridades ucranianas não fizeram qualquer comentário sobre a alegada captura de Levadne, embora já tivessem referido que o exército russo estava a reunir tropas no local e a realizar ataques locais no final da semana passada.

As tropas ucranianas estão a esforçar-se por conter o poderio militar russo, especialmente na região oriental de Donetsk, e não dispõem de recursos humanos ou armamento para lançar a sua própria ofensiva.

No seu discurso de hoje, o Presidente Volodymyr Zelensky afirmou ter sido informado dos planos da Rússia para o outono e inverno para atacar a Ucrânia e disse que a Coreia do Norte estava a apoiar Moscovo.

Zelensky disse ainda feira que o plano de vitória da Ucrânia será apresentado publicamente aos parceiros europeus de Kyiv e considerou-o uma estratégia para obrigar a Rússia a chegar a um "fim justo para esta guerra".

Os pormenores do plano não foram divulgados, mas Zelensky afirmou que se trata de reforçar a Ucrânia "tanto geopoliticamente como no campo de batalha", antes de qualquer tipo de diálogo com a Rússia.

A Rússia anexou quatro regiões da Ucrânia em setembro de 2022. E, desde então, o presidente russo, Vladimir Putin, tem exigido a retirada das forças ucranianas das quatro províncias como condição principal para um eventual acordo de paz - uma exigência que a Ucrânia e o Ocidente rejeitaram.

Na semana passada, o Estado-Maior ucraniano comunicou um ataque direto a um armazém de drones dentro da Rússia.

"A destruição da base de armazenamento de drones de Shahed reduzirá significativamente a capacidade dos ocupantes russos para aterrorizar os residentes pacíficos das cidades e aldeias ucranianas", afirmou então aquela estrutura ucraniana.

A Ucrânia está empenhada em manter a pressão militar, como o prova a incursão na região fronteiriça russa de Kursk, que colocou as tropas ucranianas em solo russo durante mais de dois meses.

Os russos estão a conseguir reconquistar algum território em Kursk, mas os ucranianos estão a capturar outras zonas, segundo Oleksandr Kovalenko, analista militar da Information Resistance, um grupo de reflexão com sede em Kyiv.

Kovalenko disse à agência de notícias americana Associated Press que o início do nevoeiro e da chuva de inverno irá afetar a utilização de drones - um elemento importante na estratégia militar da Ucrânia.

A Ucrânia tem utilizado drones sofisticados de longo alcance para atacar alvos dentro da Rússia, incluindo aeródromos, refinarias de petróleo e depósitos de munições.

Os Serviços Secretos ucranianos anunciaram também que destruíram um avião de transporte militar russo, um Tu-134, num aeródromo militar na região russa de Orenburg.

Entretanto, a Rússia atingiu infraestruturas portuárias na cidade de Odessa, no sul da Ucrânia, com um míssil balístico na segunda-feira, matando uma pessoa e ferindo outras oito, bem como danificando dois navios, segundo as autoridades.

O ataque danificou instalações de armazenamento de cereais, gruas de carga, edifícios administrativos, equipamento portuário e veículos, disse o vice-primeiro-ministro ucraniano, Oleksii Kuleba.

Os recentes ataques às instalações portuárias de Odessa parecem ter como objetivo perturbar as exportações de cereais e de outros produtos alimentares.

Leia Também: Ucrânia. Enviado do papa recebido por Sergei Lavrov em Moscovo

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