"Indicámos que não consideramos aceitável delegar conselheiros militares em nome da União Europeia para Kyiv, algo que é muito perigoso", sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, que participa numa reunião com os seus homólogos comunitários.
Szijjártó garantiu, em comunicado, que "já existem propostas para a UE enviar conselheiros militares a Kyiv no âmbito de uma operação".
"Isto está para lá das linhas vermelhas", sublinhou o ministro, embora sem especificar a que proposta se refere, uma vez que até ao momento a UE apenas forma militares ucranianos fora daquele país.
O ministro húngaro lembrou que o seu país não participa nem concorda, mas também não vetou o treino militar ucraniano nos países comunitários.
Além disso, lembrou que o seu Governo ultranacionalista sustenta que a formação de soldados ucranianos "poderá contribuir para a escalada da guerra e para o aprofundamento dos conflitos entre a UE e a Rússia".
O Governo liderado pelo primeiro-ministro Viktor Orbán é o mais próximo de Moscovo dentro da UE e da NATO, e recusa enviar armas para a Ucrânia para que o país se possa defender do ataque russo.
Tanto a UE como os Estados Unidos treinam soldados ucranianos, mas fora do território da Ucrânia, em países como os Estados Unidos, a Polónia ou a Alemanha.
O executivo de Orbán bloqueou 6,6 mil milhões de euros do Fundo Europeu de Apoio à Paz, que financia a ajuda da UE à Ucrânia.
Por estas razões, os ministros dos Negócios Estrangeiros comunitários debateram hoje, no Luxemburgo, a proposta apresentada pelo alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, de criar um novo fundo com o qual a UE financiará o envio de armas para a Ucrânia .
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