A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China, enquanto "vizinho próximo da península", está "preocupada com a evolução da situação".
Mao afirmou que "é imperativo evitar uma escalada do conflito".
"A China está empenhada em manter a paz e a estabilidade na península", acrescentou, referindo que Pequim "não alterou a sua posição de promover uma solução política" para o conflito coreano.
Mao exortou "todas as partes" a "envidarem esforços conjuntos" para encontrar uma solução política.
Na semana passada, Pyongyang anunciou que ia cortar as estradas e os caminhos-de-ferro que ligam as duas coreias e fortificar essas zonas, em resposta a uma alteração constitucional recentemente aprovada que terá redesenhado unilateralmente as fronteiras nacionais por ordem do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O corte de rotas de transporte por parte de Pyongyang surge numa altura de tensões acrescidas na península, devido às acusações norte-coreanas de que a Coreia do Sul enviou veículos aéreos não tripulados ("drones") carregados de propaganda para o seu território e às ameaças de responder com fogo de artilharia se ocorrerem incidentes semelhantes.
Este mês, o Presidente chinês, Xi Jinping, trocou mensagens de felicitações com Kim por ocasião do 75º aniversário do estabelecimento de laços entre Pequim e Pyongyang, destacando a "amizade tradicional" entre os dois países, que "resistiu a desafios numa situação internacional em mudança".
A troca de mensagens ocorreu numa altura em que as relações entre os dois vizinhos terão esfriado, coincidindo com a forte aproximação entre Pyongyang e Moscovo.
China e Coreia do Norte estão a celebrar este ano o "Ano da Amizade Coreia do Norte-China" para assinalar o aniversário, mas as trocas entre os dois países em 2024 têm sido escassas.
No entanto, a China continua a ser o principal parceiro estratégico e comercial da Coreia do Norte, com quem partilha uma fronteira de mais de 1.400 quilómetros.
Leia Também: Seul dispara a sul da fronteira em resposta a destruição de estradas