"Após o início da guerra entre Israel e o [grupo islamita palestiniano] Hamas, o Irão aumentou significativamente as suas operações cibernéticas contra Israel. De 07 de outubro de 2023 a junho de 2024, quase metade das operações iranianas observadas pela Microsoft tiveram como alvo empresas israelitas", destaca o relatório de defesa digital da Microsoft (MD MDDR).
De julho a outubro de 2023, apenas 10% dos ciberataques iranianos tiveram como alvo Israel, sendo 35% dirigidos contra entidades norte-americanas e 20% contra os Emirados Árabes Unidos, de acordo com o documento da multinacional tecnológica norte-americana.
O Irão lançou também múltiplas operações de influência com o objetivo de desestabilizar o poder israelita, através de perfis falsos nas redes sociais.
Uma conta chamada "lágrimas de guerra" afirmava pertencer a ativistas israelitas que criticavam o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pela forma como lidou com o processo de reféns em posse do Hamas desde o seu ataque no sul de Israel e que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, descreve a Microsoft.
Uma outra conta chamada "KarMa", criada no início de outubro do ano passado por uma unidade dos serviços de informações iranianos, afirmava representar os israelitas que exigiam a demissão de Netanyahu.
Os serviços iranianos criaram também uma conta na rede Telegram usando o logótipo do braço militar do Hamas, na qual foram publicadas mensagens a ameaçar os soldados israelitas e a divulgar os seus dados pessoais, assinala a Microsoft, que ignora se Teerão agiu neste caso de acordo com o grupo armado palestiniano.
De outubro de 2023 a julho de 2024, "os grupos iranianos também expandiram as suas operações de influência cibernética para além de Israel, com o objetivo de minar o apoio político, militar e económico internacional às operações militares israelitas", prossegue o relatório.
O ataque do Hamas, em 07 de outubro de 2023, resultou na morte de mais de 1.200 pessoas em Israel, na maioria civis, e outras cerca de 250 foram levadas para a Faixa de Gaza como reféns.
Na retaliação que se seguiu desde então de Israel, acima de 42 mil pessoas, também maioria civis, morreram no enclave palestiniano, segundo dados do Ministério da Saúde do Governo do Hamas, considerados credíveis pela ONU.
O movimento armado libanês e pró-iraniana Hezbollah, afirmando agir em apoio do Hamas, abriu uma segunda frente contra Israel a partir do sul do Líbano, em 08 de outubro de 2023.
Nas últimas semanas, este conflito aumentou substancialmente de intensidade, elevando para mais de 2.300 o número de mortos no Líbano no último ano, dos quais acima de metade desde 23 de setembro, de acordo com o Ministério da Saúde Pública libanês, que dá conta ainda de mais de 1,2 milhões de deslocados.
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