UE terá papel importante no pós-guerra para estabilizar país
A União Europeia (UE) poderá representar um papel importante na estabilidade política, social e económica da Ucrânia no pós-guerra devido ao impacto do conflito com a Rússia, refere um estudo publicado hoje em Londres.
© Reuters
Mundo Ucrânia
O documento realizado pelo centro de estudos britânico Chatham House avisa que, "independentemente do resultado da guerra, os aliados da Ucrânia têm de se preparar para o facto de grande parte da sociedade ucraniana estar traumatizada pela invasão russa".
"Quanto mais tempo durar a guerra, mais profundo será o trauma e maiores serão as suas consequências", escreve o autor, o especialista em assuntos relacionados com a região da Eurasia John Lough.
O analista antecipa uma renovação política num contexto de dificuldades económicas quando a guerra acabar ou mesmo se houver um armistício, e o risco de os ucranianos resistirem a reformas exigentes necessárias para a adesão ao bloco europeu.
"A UE terá de tratar a Ucrânia com uma combinação de paciência, generosidade generosidade e dureza, mas, acima de tudo, com sensibilidade. Para manter o apoio das elites e da população às reformas necessárias, o país terá de acreditar que a adesão é possível e que os sacrifícios necessários serão rapidamente recompensados", escreve Lough.
O combate à corrupção, o fim da lei marcial e a realização de eleições, a reforma da governação e do sistema judicial são alguns dos desafios identificados.
"O risco de uma guerra prolongada para a Ucrânia é que o país tenha dificuldade em consolidar a paz que venha a surgir, devido aos danos a longo prazo causados ao seu capital humano e social por mortes, migrações e traumas, para não falar da destruição e deslocalização dos seus principais ativos económicos", afirma Lough.
O analista britânico admita que o conflito se prolongue, apesar do cansaço de ambos os lados, pois a "Rússia parece estar equipada e motivada para continuar a guerra durante vários anos, se necessário".
Em causa está o caráter "existencial" para o regime do Presidente russo, Vladimir Putin, da guerra, a qual "é um instrumento para preservar a coesão da sociedade e garantir a legitimidade da sua autoridade".
O documento elaborado pelo Programa Rússia e Eurásia da Chatham House traça quatro cenários possíveis para o desenrolar do conflito, quase a entrar ao quarto ano, incluindo uma guerra prolongada, um conflito congelado ou a vitória de qualquer um dos países.
A concretização de cada cenário vai depender da capacidade e vontade dos aliados ocidentais da Ucrânia de manter o apoio financeiro e militar, a capacidade de Kiev manter o apoio popular à continuação da guerra, e a ausência continuada de oposição na Rússia ao conflito por parte das elites e da sociedade em geral.
Leia Também: UE e Indo-Pacífico participam pela primeira vez em ministerial da NATO
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com