"Como disse no passado, acreditamos que o problema deve ser resolvido através de meios pacíficos. Apoiamos totalmente a rápida restauração da paz e da estabilidade", disse Modi no início do seu encontro com Putin na cidade russa de Kazan, que acolhe a partir de hoje a cimeira do grupo BRICS, constituído pelas principais economias emergentes do mundo.
Durante o encontro, Modi sublinhou que Nova Deli deu sempre prioridade à vida humana, razão pela qual, para alcançar a paz, está disposto "a prestar qualquer ajuda no futuro".
Não é a primeira vez que Modi expressa publicamente o apoio a uma solução pacífica e defende a imediata cessação das hostilidades entre russos e ucranianos.
Nos últimos meses, o primeiro-ministro indiano e altos membros do seu governo mantiveram várias reuniões com Putin e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, uma posição equilibrada apreciada por Moscovo e por Kiev.
Outros líderes que participam na cimeira, como Xi Jinping, da China, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil (embora por videoconferência), também apresentaram uma iniciativa de paz de seis pontos, que foi rejeitada pela Ucrânia por não se referir à retirada das tropas russas.
Putin apontou a Índia, a China e o Brasil como possíveis mediadores em futuras negociações de paz com a Ucrânia.
Modi destacou ainda que há muitos países que querem aderir aos BRICS, que já incluem Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
Por sua vez, Putin agradeceu a Modi a decisão de abrir um consulado geral indiano em Kazan, capital da república russa do Tartaristão, e anunciou que durante a cimeira dos BRICS serão aprovadas decisões que ajudarão a melhorar o funcionamento do grupo.
Putin descreveu as relações entre Moscovo e Nova Deli como uma "parceria estratégica privilegiada", que se fortaleceu especialmente desde o início da guerra na Ucrânia, devido à necessidade russa de procurar novos clientes para os seus recursos naturais e matérias-primas.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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