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Relatos sobre ataques a civis no norte de Gaza são "horripilantes"

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros classificou hoje como "horripilantes" os relatos dos ataques conduzidos por Israel contra civis palestinianos no norte de Gaza, exigindo acesso total de observadores internacionais e jornalistas.

Relatos sobre ataques a civis no norte de Gaza são "horripilantes"
Notícias ao Minuto

22/10/24 14:41 ‧ Há 1 Hora por Lusa

Mundo Josep Borrell

Depois de vários dias de operações militares, os relatos provenientes de Gaza são horripilantes", escreveu Josep Borrell, na rede social X (antigo Twitter), ao início da tarde de hoje.

 

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança acrescentou que o "sofrimento de pessoas com fome provocada por mão humana [aludindo ao exército israelita] e a deslocação forçada não podem ser justificados".

O chefe da diplomacia europeia disse estar ao lado do apelo para que o exército de Israel deixe entrar a ajuda humanitária, sem qualquer restrição, e exigiu a entrada no enclave palestiniano de "observadores internacionais e jornalistas".

Nas últimas horas surgiram nas redes sociais, nomeadamente X e Instagram, imagens e vídeos de um grande grupo de civis palestinianos, incluindo crianças, que estão ser obrigados a abandonar o norte de Gaza.

O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) avisou hoje que se tornou impossível encontrar comida, água ou cuidados médicos no norte da Faixa de Gaza e exigiu uma trégua imediata da ofensiva israelita.

"No norte de Gaza, as pessoas estão apenas à espera da morte", sublinhou Philippe Lazzarini, num comunicado publicado na rede social X.

As pessoas "sentem-se abandonadas, desesperadas e sozinhas" e "vivem com medo da morte a cada segundo", referiu, adiantando que "o número de mortos continua a aumentar" após "quase três semanas de bombardeamentos contínuos por parte das forças israelitas".

Segundo o responsável da agência das Nações Unidas, "o cheiro da morte está por todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros", mas "as missões [de ajuda] continuam sem permissão para remover os corpos ou prestar assistência humanitária".

Por isso, exigiu Philippe Lazzarini, é fundamental fazer "uma trégua imediata, nem que seja por algumas horas", para permitir "a passagem das famílias que queiram sair da zona e chegar a locais mais seguros".

Isto "é o mínimo para salvar a vida de civis que nada têm a ver com este conflito", concluiu.

O exército israelita lançou uma ofensiva contra Gaza após os ataques levados a cabo pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que fizeram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Os ataques israelitas já fizeram mais de 42 mil mortos no enclave palestiniano controlado pelo Hamas, aos quais se somam mais de 750 mortes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental às mãos das forças de segurança israelitas e também em ataques perpetrados por colonos.

O Ministério da Saúde de Gaza também afirmou hoje que o sistema de saúde na região está à beira "da catástrofe".

"O hospital Kamal Adwan está numa situação mais que catastrófica, já que a porta do centro foi bombardeada. Bombas foram lançadas contra as ambulâncias do hospital, mas não explodiram. Os andares superiores do hospital estão a ser atacados e a unidade ruiu completamente, pelo que ninguém pode entrar ou sair", alertou o ministério, em comunicado.

A mesma fonte referiu ainda que a maior parte do material médico deste hospital, como as unidades de sangue, já não está disponível e que o pessoal de saúde e os doentes estão "em situação de extremo perigo".

"As forças israelitas estão a disparar contra nós de todas as direções. As pessoas estão aterrorizadas. Mas não vamos abandonar o hospital Kamal Adwan nem deixar os feridos e os doentes sozinhos", disse o diretor do Kamal Adwan, Hossam Abu Safieh.

Já o diretor do hospital Indonésio, Marwan Sultan, localizado no norte de Gaza, alertou para a possibilidade de mais doentes morrerem após o cerco israelita imposto a este centro hospitalar.

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