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Al-Qaeda abre porta a negociar com juntar militares

A organização extremista islâmica Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (JNIM, na sigla árabe) está disposta a negociar com as juntas militares do Burkina Faso, Mali e Níger, desde que "sejam enquadradas no âmbito da 'sharia'".

Al-Qaeda abre porta a negociar com juntar militares
Notícias ao Minuto

23/10/24 15:58 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo JNIM

A abertura a negociações foi apresentada ao jornalista Wassim Nasr, do canal de televisão francês France24 por Amadou Koufa, um dos principais líderes da organização.

 

Koufa anunciou que "a porta das negociações está aberta para quem quiser negociar no quadro do que é aceite pela 'sharia' [lei islâmica]", ao mesmo tempo que ameaçou com uma possível expansão das operações do grupo no Benim, Gana e Togo.

O JNIM surgiu em 2017 como resultado de uma coligação entre os movimentos fundamentalistas Ansar Dine, Al Mourabitun e Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQIM), tornando-se o ramo da Al-Qaida na região depois de os seus líderes terem jurado fidelidade ao então responsável máximo desta rede terrorista, Ayman al-Zawahiri, que foi morto em julho de 2022 num bombardeamento dos EUA a um edifício na capital do Afeganistão, Cabul.

O líder fundamentalista, que dirige o Katiba Macina, ligado ao Ansar Dine, denunciou também os "abusos" cometidos pelos membros do Corpo de África - antigo Grupo russo Wagner, formado por mercenários - e sublinhou que estes "ultrapassam largamente os cometidos pela França" quando tinha tropas destacadas nestes países.

"Isto contribui diretamente para o recrutamento de 'peuls' [grupo étnico da África Ocidental] para as fileiras fundamentalistas", explicou, referindo-se ao facto de os membros desta comunidade serem alvo de operações de mercenários russos e das forças de segurança destes países devido às suas alegadas ligações à organização extremista, o que aumenta a sua marginalização.

Amadou Koufa reconheceu ainda que as tréguas com o ramo do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na região, conhecido como Estado Islâmico do Sahel (SIS, na sigla inglesa), são "obrigatórias e necessárias", devido aos confrontos registados em vários pontos pelos dois grupos, que disputam território e o recrutamento de novos combatentes para as suas fileiras.

O comité da ONU encarregado de controlar as sanções contra a Al-Qaida e o EI advertiu, em julho, que o JNIM representa "a ameaça mais significativa" no Sahel devido ao "vasto território que controla ou no qual opera", com entre 5 mil e 6 mil combatentes ativos.

Além disso, a organização, liderada por Iyad ag Ghali, continua a expandir-se, "especialmente no Burkina Faso, mas também de forma significativa no Mali e no Níger", e receia-se uma possível expansão para os países do golfo da Guiné, incluindo um aumento dos ataques no norte do Togo.

Leia Também: UE prolonga sanções ao Estado Islâmico e Al-Qaida por mais um ano

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