EUA aprovam exploração de lítio em habitat de flor única no mundo
Os Estados Unidos autorizaram a exploração de uma mina de lítio, metal fundamental na produção de baterias de automóveis elétricos, no Nevada, no habitat de uma flor única no mundo, anunciou, quinta-feira, a empresa responsável pela operação.
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Mundo Estados Unidos
A australiana Ioneer "recebeu uma licença federal" das autoridades norte-americanas para a sua mina no local de Rhyolite Ridge, de acordo com um comunicado de imprensa, que a autoriza "a iniciar a construção em 2025".
Se tudo correr como planeado, a empresa planeia iniciar a mineração de lítio "em 2028".
Espera-se que o projeto crie 350 postos de trabalho no importante Estado do Nevada, onde a taxa de desemprego é das mais elevadas dos Estados Unidos.
São boas notícias para a administração de Joe Biden e Kamala Harris, poucos dias antes das eleições presidenciais, que ilustram os seus enormes investimentos em prol da transição energética.
Mas Rhyolite Ridge tornou-se também, nos últimos anos, no palco de uma batalha representativa dos delicados equilíbrios induzidos pela transição energética, essenciais para a luta contra o aquecimento global.
Este local rochoso e remoto no Oeste americano alberga lítio suficiente para fornecer matéria-prima às baterias de 370 mil veículos elétricos todos os anos, durante 25 anos.
É o suficiente para "quadruplicar a produção norte-americana de lítio", quase inexistente até agora, recorda a Ioneer.
Mas o projeto da mina foi apontado como uma das principais ameaças a uma flor única no mundo, chamada "trigo-sarraceno de Tiehm", incluída na lista de espécies ameaçadas nos Estados Unidos.
Esta flor de trigo-sarraceno tem hoje apenas cerca de 20 mil exemplares, que crescem em alguns locais muito específicos numa área total equivalente a cinco campos de futebol.
A Ioneer prometeu tomar medidas para salvar a planta, fornecendo cortinas antipoeira para bloquear as nuvens de terra levantadas pelos camiões necessários à mineração.
A empresa deverá destruir gradualmente 22% do habitat da planta, mas promete reabilitar a maior parte dos terrenos afetados e investiu, também, 2,5 milhões de dólares em investigação sobre a flor, que está a cultivar numa estufa e espera replantar no local.
Em setembro, as autoridades norte-americanas emitiram um estudo de impacto ambiental positivo sobre este projeto, abrindo caminho à sua autorização.
Mas as associações ambientalistas não estão convencidas e. ainda em maio, a organização não-governamental Centro para a Biodiversidade garantiu à Agência France-Presse que iria contestar o projeto em tribunal após a sua autorização.
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