Os deputados russos ratificaram por unanimidade, na quinta-feira, o tratado de parceria estratégica global com a Coreia do Norte.
O artigo 4.º do texto, assinado a 19 de junho durante uma rara visita do Presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte, prevê "assistência militar imediata" em caso de agressão armada por parte de países terceiros.
A Coreia do Sul e os Estados Unidos afirmaram que milhares de soldados norte-coreanos estão a treinar na Rússia. Também a Ucrânia disse, esta semana, que os soldados chegaram à zona de combate na região fronteiriça russa de Kursk.
Seul "manifesta grande preocupação com a ratificação pela Rússia do tratado Rússia-Coreia do Norte, enquanto as tropas norte-coreanas estão atualmente destacadas na Rússia", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
O Governo sul-coreano "apela para a retirada imediata das tropas norte-coreanas e a cessação da cooperação ilegal", acrescentou.
Questionado sobre a presença de tropas da Coreia do Norte na Rússia, o Presidente russo, Vladimir Putin, que desde 2022 empreendeu uma acelerada aproximação diplomática e militar com o homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, evitou responder diretamente, preferindo inicialmente criticar o papel do Ocidente na Ucrânia desde 2014.
"As imagens são uma coisa séria, se há imagens [do destacamento de forças norte-coreanas na Rússia], é porque refletem alguma coisa...", gracejou.
"Nunca duvidámos que os norte-coreanos levam os nossos acordos a sério", afirmou aos jornalistas.
O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse na quinta-feira que Seul "não vai ficar de braços cruzados" e que o destacamento é uma "provocação que ameaça a segurança mundial".
Seul vai estudar a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia "de forma mais flexível" do que anteriormente, acrescentou.
Entretanto, a Coreia do Norte adotou um novo hino do país, informaram meios de comunicação social oficiais. A medida destina-se a permitir que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, defina o país como estando totalmente separado e em conflito com a Coreia do Sul.
Pyongyang já tinha alterado também a Constituição para definir o Sul como "Estado hostil" e destruído estradas e caminhos-de-ferro que em tempos ligaram os dois países.
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