Jordânia pede a EUA e mundo para acabarem com "limpeza étnica" em Gaza
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia acusou hoje Israel de estar a fazer "uma limpeza étnica" em Gaza e pediu à comunidade internacional para pressionar o Estado hebraico a interromper a operação.
© LOUAI BESHARA/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
O apelo de Ayman Safadi foi feito durante um encontro com o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, que se reúne hoje, em Londres, com vários ministros de países do Médio Oriente para abordar a ofensiva israelita contra a organização paramilitar xiita Hezbollah no Líbano.
"Estamos a ver uma limpeza étnica em curso e isso tem de parar", afirmou o ministro jordano a Blinken, deplorando a situação humanitária no norte de Gaza.
"Neste momento, estamos à beira de uma guerra regional. A única forma de salvar a região é Israel parar a sua agressão contra Gaza e o Líbano, e pôr fim às medidas unilaterais e ilegais na Cisjordânia, que estão a pressionar também a situação rumo ao abismo", acrescentou.
A Jordânia, país vizinho de Israel, está ligada a Telavive por um tratado de paz assinado em 1994, e é vizinha do Iraque e da Síria, onde o Irão goza de grande influência.
Durante este encontro, Antony Blinken destacou "a notável liderança" do reino, considerando a Jordânia um parceiro fundamental dos Estados Unidos no âmbito de um plano pós-guerra para Gaza.
O secretário de Estado norte-americano elogiou particularmente os esforços da Jordânia para entregar ajuda humanitária a Gaza, um território devastado e cercado desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há mais de um ano.
Blinken também se reuniu com o primeiro-ministro libanês e considerou "verdadeiramente urgente" alcançar uma "solução diplomática" no Líbano.
"Sentimos que existe uma urgência real em alcançar uma solução diplomática e a plena implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que possa haver segurança real ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano", referiu.
A Resolução 1701, adotada em 2006, pôs fim a uma guerra anterior entre o Hezbollah e Israel. Prevê a cessação das hostilidades entre as duas partes e estipula que apenas o exército libanês e os 'capacetes azuis' podem ser destacados para o sul do Líbano, na fronteira com Israel.
É "essencial obter os acordos necessários para a plena implementação" desta resolução, defendeu o responsável pela diplomacia norte-americana, apelando ainda à proteção dos civis, mas não pediu um cessar-fogo.
"Queremos garantir que em locais como Beirute há um esforço real para que as pessoas estejam seguras e que os civis não sejam apanhados neste fogo cruzado", acrescentou.
Pelo menos 1.552 pessoas foram mortas no Líbano desde o início da campanha de ataques aéreos israelitas, a 23 de setembro, segundo dados oficiais citados pela agência de notícias francesa AFP.
O chefe da diplomacia norte-americana vai ainda reunir-se hoje com o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed Al Nahyan.
Blinken está hoje em Londres depois de ter realizado reuniões em Doha para abordar a crise no Médio Oriente, tendo afirmado na quinta-feira que o seu país continua "em estreita coordenação com Israel sobre o que é necessário para dissuadir o Irão", após o lançamento de dezenas de mísseis balísticos contra o Estado judaico no início deste mês.
O responsável acrescentou ainda que o seu país está "preocupado com a possibilidade de um conflito mais amplo", sobretudo desde o lançamento daquele ataque direto contra Israel, o segundo do Irão desde o ano passado.
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