Entre 23 de setembro a 25 de outubro, foi registada a passagem de 348.237 cidadãos sírios e 156.505 cidadãos libaneses para território sírio, segundo indicou o comité, num comunicado.
As Nações Unidas alertaram hoje que os ataques israelitas contra as passagens fronteiriças entre o Líbano e a Síria ameaçam a principal rota de trânsito para as pessoas que tentam fugir do conflito no Líbano.
"Isto realmente dificulta e põe em perigo uma verdadeira tábua de salvação que as pessoas estão a usar para fugir do conflito no Líbano e atravessar para a Síria", segundo Rula Amin, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no Médio Oriente.
O Exército israelita alegou que tinha como alvo o ponto de passagem de Jousieh, no vale de Bekaa, justificando que foi utilizado pelo grupo xiita libanês para introduzir armas no país.
Trata-se da "única rota que estas pessoas ainda têm para fugir do Líbano", disse a porta-voz do ACNUR durante uma conferência de imprensa em Genebra por videoconferência a partir de Amã.
Rula Amin indicou que o ataque israelita atingiu um ponto a menos de 500 metros da passagem fronteiriça, sem qualquer notificação prévia.
No início do mês, o Exército israelita já tinha atacado a fronteira de Masnaa, mais a sul, tornando-a intransitável para veículos e obrigando os viajantes a fazer a passagem a pé, a maioria dos quais sírios que já tinham fugido para o Líbano da guerra civil no seu país.
A guerra entre Hezbollah e Israel prolonga-se desde 08 de outubro de 2023, no seguimento do ataque, no dia anterior, do grupo islamita palestiniano Hamas em território israelita.
Após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, as forças israelitas intensificaram os seus ataques contra o Hezbollah no Líbano desde 23 de setembro, justificados com a ameaça do grupo xiita ao norte de Israel, onde se registam cerca de 60 mil deslocados.
No lado libanês, este conflito já provocou mais de 2.500 mortos, segundo as autoridades de Beirute, a maioria no último mês, além de ter levado cerca de 1,2 milhões de habitantes a abandonar as suas casas.
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