Volodymyr Zelensky criticou a presença do secretário-geral das Nações Unidas, em Kazan, no âmbito da cimeira dos BRICS, caracterizando-a como "uma coisa surreal", numa entrevista dada ao The Times of India.
O presidente da Ucrânia defendeu que "entre o agressor e a vítima não pode haver neutralidade" e que "considera isso um apoio oculto à Rússia". Diz ainda que "aqueles que estiveram presentes na cimeira e falaram sobre serem neutros e que gostavam de ajudar a resolver o conflito" parecem "pró-Rússia".
Recorde-se que Volodymyr Zelensky se recusou a receber António Guterres, em Kyiv, depois de considerar a presença do secretário-geral da ONU, em Kazan, "uma humilhação".
Na quinta-feira, António Guterres defendeu um "cessar-fogo imediato" em Gaza e apelou à paz no Líbano e na Ucrânia, ao intervir na reunião dos BRICS, bloco das principais economias emergentes, com os países do Sul Global.
Em solo russo, Guterres também apelou à paz na Ucrânia: "Uma paz justa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral".
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O grupo BRICS, fundado informalmente em 2006 e que realizou a sua primeira cimeira em 2009, inclui países que representam cerca de um terço da economia mundial e mais de 40% da população global.
Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Etiópia, Irão, Egito e Emirados Árabes Unidos integram atualmente o bloco.
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