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Família ressalta busca por justiça após condenação dos assassinos de Marielle

A família de Marielle Franco ressaltou hoje sua busca incansável por Justiça, após o Tribunal do Juri do Rio de Janeiro condenar os executores confessos do assassinato dela e do motorista Anderson Gomes a 59 anos e 78 de prisão.

Família ressalta busca por justiça após condenação dos assassinos de Marielle
Notícias ao Minuto

01/11/24 06:29 ‧ Há 1 Hora por Lusa

Mundo Marielle Franco

Nas redes sociais, o Instituto Marielle Franco, fundado pela família da ex-vereadora executada em março de 2018, destacou que "foram seis anos, sete meses e 17 dias até esse momento chegar. Transformamos o luto em luta e não passamos um dia sem honrar o compromisso de buscar incansavelmente a justiça".

 

O ex-policial Ronnie Lessa, atirador que matou as duas vítimas, foi condenado a pena de 78 anos e 9 meses e 30 dias de prisão. Já Élcio Queiroz, motorista do carro usado no crime, foi condenado a 59 anos e 8 meses e 10 dias.

A ministra da Igualdade Racial do Brasil e irmã da ex-vereadora, Anielle Franco, destacou, na saída do tribunal, ao lado de outros familiares que "enquanto tiver sangue correndo nas nossas veias, enquanto estivermos vivos vamos defender o legado de Marielle e Anderson. As pessoas precisam parar de normalizar os corpos que caem nesse país".

"O maior legado da Marielle [Franco] para o país é a prova de que pessoas negras, favelas, mulheres merecem permanecer viva", acrescentou.

Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), que lançou Marielle Franco na carreira política, escreveu nas redes sociais que foi uma condenação histórica, mas tardia.

"Foram 6 anos de espera e de muita batalha contra a sabotagem para tentar encobrir esse crime brutal. Finalmente a Justiça por Marielle e Anderson começou a ser feita", disse Freixo.

Já a viúva de Marielle Franco e atualmente vereadora do Rio de Janeiro, Mônica Benicio, ressaltou que "ver Ronnie Lessa e Élcio Queiroz condenados resgata a esperança na justiça dos homens. Nenhuma sentença é reparadora. Nenhuma condenação é restauradora da ausência. Não é felicidade o que sinto, mas alívio em ver, pela primeira vez, alguma materialidade e responsabilização nisso tudo", em mensagem na rede social X (antigo Twitter).

A pena imposta aos dois executores de Marielle Franco e Anderson Gomes, autores do crime que chocou o Brasil e gerou repercussão mundial, foi decidida por um júri com 7 homens, sorteados entre 21 pessoas.

Os réus haviam sido arguidos pelos crimes de triplo homicídio, tentativa de homicídio e recebimento do veículo furtado utilizado no crime, e enfrentavam penas que poderiam chegar a até 84 anos de prisão para cada um, conforme solicitado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

A representação brasileira da organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) destacou, também em publicação nas redes sociais, que "a condenação dos assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes é um passo muito importante para garantir justiça".

"É essencial que o Ministério Público reúna evidências robustas para condenar também os mandantes. O Brasil não pode permitir a impunidade", acrescentou.

Além dos dois executores, em março passado, o deputado federal brasileiro Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, membro do órgão de fiscalização de contas do estado do Rio de Janeiro, foram detidos sob suspeita de terem ordenado a morte da vereadora.

Ambos estão alegadamente ligados a grupos paramilitares criminosos, conhecidos como milícias, que cobram ilegalmente aos moradores por vários serviços, dominam parte do território da cidade e, segundo as investigações, teriam ordenado a execução do crime.

Após o anúncio das sentenças, familiares das vítimas choraram no tribunal. Na saída do julgamento, Antônio Francisco, pai de Marielle Franco, afirmou que a luta não acabou.

"Isso não acaba aqui. Não acaba aqui porque tem mandantes. E agora a pergunta que nós vamos fazer é: Quando serão condenados os mandantes? Aquele choro que eles exibem nas suas oitivas [interrogatórios dos suspeitos de serem os mandantes do crime], não é um choro sincero. O choro sincero foi o nosso", disparou.

Mulher, negra, lésbica e nascida numa favela, Marielle Franco era uma enérgica defensora dos direitos humanos e uma voz ativa no combate aos grupos criminosos que dominam comunidade pobres do Rio de Janeiro.

Leia Também: Assassinos de Marielle Franco condenados a 78 e 59 anos de prisão

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