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Chile pede investigação a morte de baleias-jubarte em áreas protegidas

O Governo chileno apresentou na quinta-feira duas queixas ao Ministério Público para esclarecer a morte de duas baleias-jubarte cujos restos mortais foram encontrados dentro de áreas protegidas e perto de centros industriais de salmão.

Chile pede investigação a morte de baleias-jubarte em áreas protegidas
Notícias ao Minuto

01/11/24 07:10 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Chile

O primeiro exemplar morto foi encontrado no Glaciar Seno, localizado na Reserva Nacional de Kawésqar, em 29 de outubro, enquanto o segundo no Parque Nacional Laguna San Rafael, em 30 de outubro, junto aos centros de criação de salmão das empresas Australis Mar e Cooke Aquaculture.

 

"O objetivo destas ações é realizar todos os procedimentos necessários para determinar se existe crime associado aos factos, seja devido à Lei das Pescas ou a qualquer outro tipo de infração, de forma a estabelecer as correspondentes responsabilidades", referiu o Ministério do Ambiente.

"As baleias desempenham um papel fundamental no bem-estar dos ecossistemas marinhos, para além de serem engenheiras de ecossistemas com um papel importante na mitigação das alterações climáticas, uma vez que capturam carbono", sublinhou o ministério.

Depois de tomar conhecimento das mortes, a organização não-governamental (ONG) Greenpeace levantou "sérias dúvidas quanto às possíveis responsabilidades" das empresas de salmão.

A organização tem destacado a sua preocupação por este não ser o primeiro caso desta natureza.

Em maio de 2020, a Australis Mar comunicou ao Serviço Nacional de Pescas (Sernapesca) a descoberta de uma baleia morta e enredada num dos seus centros de criação de salmão localizado no setor da Ilha Matilde, na região de Aysén.

"Achamos grave que as baleias ou outras espécies morram dentro de áreas protegidas, locais que, em rigor, foram criados para garantir a preservação e conservação da biodiversidade que os habita", frisou a porta-voz da Greenpeace, Silvana Espinosa.

"No entanto, estes acontecimentos mostram que esta proteção é apenas uma ilusão, muito distante da realidade. Esperamos que as autoridades investiguem estes casos, estabeleçam as causas da morte o mais rapidamente possível e tomem as medidas necessárias para garantir a proteção da biodiversidade da área. Este tipo de situações não pode ficar impune", acrescentou.

Segundo a ONG, 50% dos centros de criação de salmão da região de Magalhães, extremo sul do Chile, apresentavam condições anaeróbias (perda parcial ou total de oxigénio).

O Chile é o segundo maior exportador de salmão do mundo, a seguir à Noruega, e a criação de salmão, que se desenvolveu fortemente durante a ditadura (1973-1990), é a terceira indústria do país que mais exporta, a seguir ao cobre e ao lítio.

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