Ikea pagará 6 milhões a presos forçados a construir móveis na Guerra Fria

A empresa de mobiliário Ikea vai pagar a um fundo governamental que se destina a compensar as vítimas de trabalhadores forçados na Alemanha durante a Guerra Fria. União das Associações de Vítimas da Ditadura Comunista (UOGK) considera situação "revolucionária", já que é a primeira do género.

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© Matthias Balk/picture alliance via Getty Images

Notícias ao Minuto
03/11/2024 23:09 ‧ 03/11/2024 por Notícias ao Minuto

Economia

Ikea

O Ikea vai pagar seis milhões de euros a um fundo governamental alemão que é destinado à compensação das vítimas de trabalho forçado na Guerra Fria.

 

A informação é avançada pela imprensa internacional, que dá conta de que presos políticos na Alemanha foram obrigados a montar móveis para a empresa de mobiliário.

A situação foi conhecida e denunciada por meios de comunicação suecos e alemães, que levaram a empresa a pedir uma investigação independente há mais de uma década.

Segundo a investigação, conduzida pela Ernst & Young, e citada pela CNN Internacional, na altura em que se começou a investigar, os representantes do Ikea já tinham provavelmente conhecimento das situações de trabalho forçado, que terão decorrido entre 1970 e 1980.

Dezenas de milhares de pessoas foram forçadas a trabalhar em fábricas instaladas na chamada antiga Alemanha de Leste (RDA), ocupada pela União Soviética de 1949 a 1990.

Muitos destes presos foram detidos por serem contra o regime comunista instalado nesta parte do país.

À CNN, o CEO e Diretor de Sustentabilidade da Ikea Alemanha, Walter Kadner, lamentou "profundamente que produtos para a Ikea também tenham sido produzidos por presos políticos na RDA". O responsável garantiu ainda que desde que a situação se tornou pública a empresa tem "trabalhado consistentemente para esclarecer a situação".

O acordo foi fechado entre a empresa e a União das Associações de Vítimas da Ditadura Comunista (UOGK), que se dedica na procura de justiça nestas situações. Dieter Dombrowski, o presidente da UOGK, descreveu o feito como "revolucionário".

"Percorremos o caminho da clarificação e o Ikea tratou os afetados com respeito. Esperamos que outras empresas sigam o exemplo, acrescentou Dombrowski.

Já em 2012, o antigo presidente da mesma associação deu conta de que a empresa sueca é "apenas a ponta do icebergue".

Leia Também: Vendas da Ikea Portugal caem ligeiramente no ano fiscal de 2024

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