Um homem, de 45 anos, admitiu ter sufocado a sua senhoria, Annette Smith, de 74 anos, com uma almofada na casa que ambos partilhavam em Fairfield, Bedfordshire, no Reino Unido, em novembro do ano passado. Foi condenado a 19 anos e 178 dias de prisão.

"A sentença que pronuncio hoje não pode compensar as famílias e amigos de Annette Smith ou a sua trágica perda", afirmou o juiz Edward Murray, na segunda-feira, em tribunal, que descreveu as ações do detido como "horríveis" e "insensíveis".

De acordo com o tribunal, Scott Paterson e a vítima já se conheciam há cerca de 14 anos, após Annette Smith ter oferecido uma acomodação ao homem a custo zero em sua casa, e ambos tinham uma relação próxima: iam de férias juntos e até se uniam para dar festas em casa. 

No entanto, em 2018, Annette Smith sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que a deixou com mobilidade reduzida e Scott Paterson passou a cuidar dela e a assumir tarefas que incluíam levá-la às compras ou levantar as suas receitas médicas.

Em 2023, o ex-marido da vítima, Peter Smith, que detinha 20% da casa onde esta vivia, pediu a Annette Smith para vender a propriedade porque o seu negócio estava a atravessar dificuldades. A mulher, inicialmente, não queria vender a habitação, mas Scott Paterson referiu que ela "sentiu-se pressionada" a fazer a venda. 

Para além disso, reiterou que a mulher se tinha tornado mais exigente após o AVC, até que, a 8 de novembro do ano passado, entrou no quarto dela e a sufocou.

Scott Paterson deixou o corpo inanimado na cama e recostou-se a beber uma garrafa de vinho após o crime. Assim que terminou de beber a sua garrafa, o homem arrastou o corpo de Annette Smith até à casa de banho onde o enrolou num cobertor verde. Segundo os procuradores, o suspeito continuou a falar com a mulher, já sem vida, sobre "coisas do dia-a-dia como o normal".

Ao receber uma notificação de que um fotógrafo da agência imobiliária iria deslocar-se até à cena do crime, para tirar fotos da casa para a venda, Scott Paterson decidiu mover o corpo para um armário debaixo da escada. 

Mais tarde, o homem, que na altura do crime trabalhava como talhante, decidiu desmembrar o corpo da vítima com uma faca de cozinha e uma serra. Scott Paterson enrolou as partes do corpo de Annette Smith em sacos de plástico e escondeu o torso dentro de uma mala preta, que levou para um depósito em Letchworth.

O homem decidiu ainda aceder à conta de email da senhoria e ocultar o que tinha feito através do envio de mensagens e cartões natalícios a familiares e amigos da vítima, para manter a farsa em como esta ainda estaria viva.

O desaparecimento da vítima, no entanto, foi questionado pouco depois pelas autoridades locais e o homem disse que a mulher tinha abandonado a propriedade e seguido num carro com uma mulher desconhecida, segundo um comunicado da polícia.

Ao fim de três meses os familiares da vítima começaram a questionar e a mostrar preocupação quanto ao desaparecimento, o que levou as autoridades a verificar que, na casa da mulher, ainda estava o passaporte e o computador de onde esta teria, alegadamente, enviado as mensagens de Natal. A descoberta levou à detenção de Scott Paterson que admitiu, por completo, a autoria do crime e levou a polícia até ao depósito onde tinha escondido o corpo desmembrado.

O detido admitiu, também, que acumulou 30 mil libras (cerca de 35 mil euros) em dívidas no cartão de crédito da mulher e que roubava joias de ouro desta enquanto ela dormia.

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