"Jamshid Sharmahd foi condenado à morte e a sua execução estava iminente, mas morreu antes de poder ter lugar (a execução)", informou o porta-voz do poder judicial, Asghar Jahangir, aos jornalistas em Teerão, sem dar mais pormenores.
Depois de o Irão ter anunciado a execução do homem de 69 anos, provocando uma crise diplomática com Berlim, que encerrou os três consulados iranianos na Alemanha.
Sharmahd tinha sido condenado à morte em fevereiro de 2023 por um tribunal de Teerão pelo seu alegado envolvimento num ataque a uma mesquita em Shiraz, no sul do Irão, que provocou a morte de 14 pessoas em abril de 2008.
A Alemanha considerou a sentença "absolutamente inaceitável" e, como represália, expulsou dois diplomatas iranianos de Berlim. O Irão tomou medidas semelhantes contra dois diplomatas alemães estabelecidos em Teerão.
O Irão não reconhece a dupla nacionalidade aos seus cidadãos e nos últimos anos tem executado vários cidadãos com dupla nacionaldiade.
Em 2020, o Irão anunciou a detenção do dissidente, que na altura vivia nos Estados Unidos, no âmbito de uma "operação complexa", sem especificar onde, como ou quando foi detido.
Segundo a sua família, foi raptado pelos serviços de segurança iranianos quando se encontrava em trânsito no Dubai e regressou à força ao Irão.
Nascido em Teerão, Jamshid Sharmahd emigrou para a Alemanha na década de 1980 e viveu nos Estados Unidos a partir de 2003. Tornou-se conhecido com declarações hostis à República Islâmica em canais por satélite de língua persa.
Jamshid Sharmahd foi igualmente acusado de liderar o grupo Tondar, considerado uma organização "terrorista" pelo Irão.
O grupo Tondar ("Trovão" em persa), também conhecido como Associação Monárquica do Irão, afirma querer derrubar a República Islâmica.
A justiça iraniana acusou ainda Jamshid Sharmahd de ter estabelecido contactos com "agentes do FBI e da CIA" e de ter "tentado contactar agentes da Mossad israelita".
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