Nova líder conservadora exorta PM britânico a pedir desculpa a Trump
A nova líder do Partido Conservador, Kemi Badenoch, desafiou hoje o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, a "pedir desculpa por fazer referências depreciativas e escatológicas" sobre o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
© Dan Kitwood/Getty Images
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Na primeira intervenção no parlamento à frente do principal partido da oposição britânica, Badenoch recordou que o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, em 2018, quando descreveu Trump na revista Time referiu-se a "um sociopata que odeia mulheres e simpatiza com os neonazis", bem como classificou o republicano como "uma profunda ameaça à ordem internacional que tem sido a base do progresso ocidental durante tanto tempo".
"Gostaria de começar por felicitar o Presidente eleito Trump pela sua impressionante vitória desta manhã [madrugada nos Estados Unidos]. O primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros encontraram-se com ele em setembro. Será que o ministro dos Negócios Estrangeiros aproveitou a oportunidade para pedir desculpa por ter feito referências depreciativas e escatológicas", questionou Badenoch, acrescentando: "Se não pediu desculpa, será que o primeiro-ministro o vai fazer agora em seu nome?"
A nova líder do Partido Conservador britânico, em funções desde sábado, também criticou aquilo que descreveu como "política estudantil" por o Partido Trabalhista enviar ativistas para ajudar na campanha da candidata presidencial democrata Kamala Harris e destacou o facto de os Estados Unidos da América (EUA) serem o principal parceiro de Londres em termos de comércio.
"Haverá muitas questões sobre as quais a líder da oposição e eu discordamos, mas haverá questões que unem de facto esta Assembleia no que se refere à segurança nacional na Ucrânia, e aguardo com expectativa a oportunidade de trabalhar em estreita colaboração com ela nesse domínio (...). É o melhor para o país, e é muito mais importante do que a politiquice partidária", respondeu o primeiro-ministro.
Keir Starmer vincou que o mundo é "provavelmente o mais volátil em muitas décadas" e considerou ser "absolutamente crucial" que Washington e Londres tenham "uma relação forte", "uma forte relação especial forjada em circunstâncias difíceis".
"Continuaremos a trabalhar como o fizemos nos quatro meses de governo nos temas de segurança, a nossa economia e o conflito mundial", prometeu.
Donald Trump, 78 anos, já reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de terça-feira, embora os resultados finais ainda não tenham sido confirmados.
Quando ainda decorre o apuramento dos resultados, e segundo as projeções conhecidas, o republicano já ultrapassou os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para regressar à Casa Branca (presidência dos EUA).
Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.
O chefe do Governo britânico já felicitou Trump hoje de manhã pela "histórica vitória eleitoral", afirmando que aguarda "com expectativa a oportunidade de trabalhar" com o republicano nos próximos anos.
Ainda no parlamento, o líder do partido dos Liberais Democratas, Ed Davey, também mencionou as eleições presidenciais norte-americanas no debate semanal do primeiro-ministro com os deputados.
Davey recordou que Donald Trump descreveu o Presidente russo, Vladimir Putin, como "genial" a propósito da invasão russa da Ucrânia e que admitiu que encorajaria a Rússia a "fazer o que quiser" contra aliados da NATO.
O líder liberal exortou Starmer a "encorajar uma presidência Trump a mudar de ideias", porque, caso contrário, "é uma enorme ameaça à segurança global e à segurança nacional do Reino Unido".
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