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Harris concedeu vitória, mas não a luta: "É tempo de arregaçar as mangas"

Ainda que tenha concedido o resultado, a democrata recusou-se a conceder "a luta pela liberdade, pela oportunidade, pela justiça e pela dignidade de todas as pessoas" que alimentou a sua campanha de cerca de 13 semanas. Biden, por seu turno, emitiu um comunicado em que não poupou elogios à vice-presidente, mas endereçará a nação esta quinta-feira.

Harris concedeu vitória, mas não a luta: "É tempo de arregaçar as mangas"
Notícias ao Minuto

07/11/24 08:39 ‧ Há 2 Horas por Daniela Filipe

Mundo EUA

"Nunca desistirei de lutar por um futuro em que os americanos possam seguir os seus sonhos, ambições e aspirações." Esta foi uma das promessas da vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, que concedeu a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de terça-feira, ao final da noite de ontem. Apesar de ter realçado que é normal que os militantes, particularmente os mais jovens, se sintam "tristes e desapontados" com o desfecho do sufrágio, a democrata salientou que, "por vezes, a luta demora um pouco".

 

"Para os jovens que estão a assistir, é normal sentirem-se tristes e desiludidos. Na campanha, dizia muitas vezes: ‘Quando lutamos, ganhamos’. Por vezes, a luta demora algum tempo, o que não significa que não ganhemos. O mais importante é: nunca deixem de tentar fazer do mundo um lugar melhor", disse, diante da multidão que se reuniu na Universidade Howard, em Washington DC, depois de Trump ter ultrapassado os 270 votos necessários para garantir a vitória no colégio eleitoral.

Ainda que tenha concedido o resultado, a democrata recusou-se a conceder "a luta pela liberdade, pela oportunidade, pela justiça e pela dignidade de todas as pessoas" que alimentou a sua campanha de cerca de 13 semanas.

"Não é altura de desistir. É altura de arregaçar as mangas. É altura de nos organizarmos, de nos mobilizarmos e de nos mantermos empenhados em prol da liberdade, da justiça e do futuro que todos sabemos que podemos construir juntos. [...] O resultado desta eleição não é o que queríamos, não é aquilo por que lutámos, mas ouçam-me quando digo: a luz da promessa da América arderá sempre", clamou.

Há um ditado que diz, ‘Só quando está suficientemente escuro é que se podem ver as estrelas.’ Sei que muitas pessoas sentem que estamos a entrar numa época de trevas. Para o bem de todos nós, espero que não seja esse o caso. Mas, América, se for esse o caso: vamos encher o céu com a luz de mil milhões de estrelas brilhantes", complementou.

Antes, a responsável deu conta de que felicitou Trump, a quem prometeu que a administração do presidente Joe Biden garantirá "uma transferência de poder pacífica", uma vez que "não devemos lealdade a um presidente ou a um partido, mas sim à Constituição dos Estados Unidos, à nossa consciência e ao nosso Deus".

"Nunca desistiremos da luta para proteger as nossas escolas e as nossas ruas da violência das armas. Nunca desistiremos da luta pelo Estado de direito, pela igualdade de justiça e pela ideia sagrada de que todos nós, independentemente de quem somos ou de onde começámos, temos certos direitos e liberdades fundamentais que devem ser respeitados e defendidos", reiterou.

O chefe de Estado, que deverá dirigir-se ao país pelas 16h00 desta quinta-feira (hora de Lisboa), segundo informações divulgadas pela agência Reuters, considerou, em comunicado, que os norte-americanos viram em primeira mão a Kamala Harris que o líder conhece e admira "profundamente".

"O que a América viu hoje foi a Kamala Harris que conheço e que admiro profundamente. Tem sido uma tremenda parceira e funcionária pública cheia de integridade, coragem e carácter. Em circunstâncias extraordinárias, assumiu o controlo e liderou uma campanha histórica que personificou o que é possível fazer quando se é guiado por uma forte bússola moral e uma visão clara de uma nação mais livre, mais justa e cheia de mais oportunidades para todos os americanos", escreveu.

Biden não poupou elogios à vice-presidente, que apontou ser "uma campeã para todos os americanos", cuja história "representa o melhor da história da América".

"Como já disse antes, escolher Kamala foi a primeira decisão que tomei quando me tornei o candidato a presidente em 2020. Foi a melhor decisão que tomei. A história dela representa o melhor da história da América. E como deixou claro hoje, não tenho dúvidas de que ela continuará a escrever essa história. Continuará a lutar com objetivo, determinação e alegria. Continuará a ser uma campeã para todos os americanos. Acima de tudo, continuará a ser uma líder que os nossos filhos admirarão durante as gerações vindouras, à medida que for colocando a sua marca no futuro da América", disse.

Recorde-se que Trump, o antigo líder que foi destituído por duas vezes, além de ter sido condenado por dezenas de crimes e acusado de outros tantos, conquistou os votos de pelo menos cinco dos sete estados decisivos na corrida à Casa Branca, o que ditou o seu regresso ao cargo de chefe de Estado enquanto 47.º presidente.

Entretanto, a NBC News divulgou que o Departamento de Justiça norte-americano já procura formas de encerrar os dois processos federais contra o magnata antes da tomada de posse do republicano, para cumprir a política de que um chefe de Estado não pode ser processado. Era um dos resultados esperados com a eleição de Trump.

Leia Também: Após 4 anos, Trump volta à Casa Branca (com 4 processos debaixo do braço)

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