Justiça espanhola abre inquérito a ex-ministro de Sánchez por corrupção
A justiça de Espanha abriu uma investigação a um ex-ministro do atual chefe do Governo, Pedro Sánchez, por causa de suspeitas de corrupção na compra de máscaras durante a pandemia, anunciou hoje o Tribunal Supremo do país.
© Getty Images/Alberto Ortega/Europa Press
Mundo Espanha
José Luis Ábalos, ministro dos Transportes durante três anos, até julho de 2021, foi também, até então, secretário de Organização do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e considerado como um 'braço direito' de Sánchez.
A justiça espanhola já investigava há meses o antigo assessor de Ábalos no Governo, Koldo García, por alegada corrupção na compra de máscaras durante a pandemia de covid-19 por parte de estruturas da administração pública nacional e de governos autonómicos.
Há algumas semanas, o juiz com a tutela do 'caso Koldo' pediu ao Tribunal Supremo para Ábalos ser também investigado neste processo, uma decisão que tem de ser tomada por esta instância superior por o ex-ministro ser deputado no parlamento nacional.
O Tribunal Supremo confirmou hoje, num comunicado, que Ábalos será investigado e que estão em causa suspeitas de "participação numa organização criminosa, tráfico de influências, corrupção e desvio de fundos".
Este caso, a par da investigação de que é alvo a mulher do primeiro-ministro, Begoña Gómez, por suspeita de tráfico de influências e corrupção, tem sido um dos mais usados nos últimos meses pela oposição em Espanha para atacar Pedro Sánchez, que está à frente do Governo espanhol desde 2018.
A oposição acusa Sánchez de já saber desde 2021 da corrupção que envolvia Ábalos e de a ter encoberto, sendo esse o motivo por que o tirou do Governo e da direção do PSOE em julho daquele ano.
No mês passado, Sánchez negou estas acusações e lembrou que Ábalos saiu do Governo com outros ministros, no âmbito de uma remodelação alargada, garantindo que essa mudança visou dar nova energia ao executivo após a pandemia.
José Luis Ábalos foi expulso do PSOE em fevereiro deste ano, quando foram conhecidas as primeiras notícias sobre o 'caso Koldo', mas recusou abandonar o parlamento e manteve-se como deputado independente.
O deputado garantiu numa audição no Senado espanhol não ter conhecimento de uma alegada rede de corrupção tutelada por Koldo García, apesar da ligação próxima e pessoal que tinha com o antigo assessor.
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