Álvaro Pombo, de 85 anos, foi reconhecido pela sua capacidade de criar "o seu próprio mundo literário" e pela sua "extraordinária personalidade criativa, pelo lirismo singular e narração original", segundo a decisão do júri, presidido pelo vencedor anterior, o escritor Luis Mateo Díez.
"Além de notável poeta e ensaísta, [Álvaro Pombo] é um dos grandes romancistas da nossa língua [espanhola], que investiga a condição humana a partir das perspetivas emocionais dos sentimentos profundos e contraditórios", acrescenta a decisão do júri, divulgada pelo Ministério da Cultura de Espanha.
"Nas suas criações, [Álvaro Pombo] mostra o mundo através da construção de uma linguagem em que as deformações da realidade aparecem refletidas sob o pretexto da ironia e do humor", acrescenta o júri, considerando ainda que, "na sua prosa, a oralidade se reflete na vontade de um estilo que aspira ao valdesiano 'escrevo como falo'".
"Álvaro Pombo criou aquilo que define os grandes escritores, o seu próprio mundo literário imperecível e essencial que comove e fere", lê-se na decisão.
Álvaro Pombo García de los Ríos nasceu em Santander em 1939. É licenciado em Filosofia e Letras pela Universidade Complutense de Madrid e bacharel em Filosofia pelo Birkbeck College de Londres. É membro da Real Academia Espanhola de Línguas desde 2004.
O autor soma mais de meio século de vida literária, numa obra que se estende da ficção, ao ensaio e à poesia.
Na sua obra destacam-se títulos como "Protocolos" (1973), "Variaciones" (1977), "Relatos sobre la falta de sustancia" (1977), "El parecido" (1979), "El hijo adoptivo" (1984), "Los delitos insignificantes" (1986), "Protocolos para una rehabilitación del firmamento" (1992), "Vida de San Francisco de Asís. Una paráfrasis" (1996), "Cuentos reciclados" (1997), "La cuadratura del círculo" (1999), "La previa muerte del lugarteniente Aloof" (2009), "El gran mundo" (2015), "El destino de un gato común" (2020), "La ficción suprema. Un asalto a la idea de Dios" (2022) e, o mais recente, "El exclaustrado" (2024).
Em Portugal, do autor, estão publicados "Contra-Natura", pela Minotauro, e "A Fortuna de Matilda Turpin", pela Dom Quixote, ambos em 2009, "Casa das Mulheres", pela antiga Editorial Notícias, em 1997, e "O Herói das Mansardas", pela Afrontamento, em 1989.
Álvaro Pombo recebeu, entre outros, o Prémio da Fundação Francisco Umbral pelo melhor livro de 2023, o Prémio de Honra das Letras de Santander 2018, o Prémio Planeta, por "La fortuna de Matilda Turpin", e o Premio Salambó, por "Contra natura", ambos em 2006, o Prémio de Jornalismo El Correo, por "Viaje irreal a Bilbao", também em 2006, o Prémio da Crítica, por "El metro de platino iridiado", em 1991, e o Prémio de Poesía El Bardo, por "Variaciones", em 1977.
Além o escritor Luis Mateo Díez, o júri do Prémio Cevantes foi constituído por María José Gálvez, diretora geral do Livro de Espanha, Carme Riera, da Real Academia Espanhola, Rosa Betty Muñoz, da Real Academia Chilena, Jaime Garau, do Conselho de Reitores das Universidades Espanholas, Cuauhtémoc Pérez, da União de Universidades da América Latina, Luisa Castro, do Instituto Cervantes, Ángeles García, da Federação de Associações de Jornalistas de Espanha, Benjamín Torres, da Federção Latinoamericana de jornalistas, Minni Swahney, da Associação Internacional de Hispanistas, Marta Sanz Pastor, do Ministério de Cultura, e Rafael Cadenas, escritorm galardoado com o Prémio Cervantes em 2022.
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