Israel investiga ataques para evitar queixas de crimes de guerra
Israel vai investigar 16 ataques no norte de Gaza, onde morreram mais de mil palestinianos em menos de um mês, para evitar eventuais queixas por crimes de guerra, noticiou hoje o jornal israelita Haaretz.
© SAM SKAINEH/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
Os ataques, que ocorreram entre 21 de outubro e 02 de novembro, serão investigados pelo Mecanismo de Apuramento de Factos do Estado-Maior, conhecido como Mecanismo FFA.
Os investigadores vão determinar se os ataques foram desproporcionados ou se excederam o direito humanitário internacional que determina o que pode e o que não pode ser feito durante um conflito armado.
"O sistema de investigação do Estado-Maior envia as suas recomendações ao advogado-geral militar, que decide se deve (ou não) abrir um inquérito criminal", disse o jornal, citado pela agência espanhola EFE.
Segundo organizações não-governamentais, inquéritos anteriores estiveram abertos durante anos, não resultaram em investigações criminais e encobriram "atos ilegais".
O Haaretz referiu que seis dos ataques sob investigação ocorreram em Jabalia, seis em Beit Lahia, dois em Al Shati, um em Beit Hanoun e um na cidade de Gaza.
Em todos eles, foram mortos pelo menos 285 habitantes de Gaza, incluindo muitas crianças.
Um dos casos mais mortíferos ocorreu em 29 de outubro em Beit Lahia, onde pelo menos 93 pessoas foram mortas, muitas dos quais mulheres e crianças, devido ao bombardeamento de um edifício residencial de cinco andares.
De acordo com o exército israelita, o grupo extremista palestiniano Hamas estava a utilizar o telhado do edifício como posto de observação.
Desde o início de outubro, Israel intensificou os ataques aéreos e de infantaria no norte da Faixa de Gaza, onde o exército disse que os milicianos do Hamas se reagruparam após mais de um ano de guerra.
Devido aos bombardeamentos constantes e à forte presença militar, a ajuda humanitária é praticamente inexistente em Beit Lahia, Beit Hanoun e Jabalia.
Esta situação coloca dezenas de milhares de pessoas em risco de morrer à fome, denunciaram as organizações no terreno e a ONU.
A guerra em curso na Faixa de Gaza, que já se estendeu ao Líbano, foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
A reposta de Israel com a ofensiva em Gaza matou mais de 43.700 pessoas no enclave palestiniano governado pelo Hamas desde 2007, segundo as autoridades locais.
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