Ex-responsáveis da ONU defendem "reforma" das cimeiras do clima
Numa carta aberta à Organização das Nações Unidas (ONU), um ex-secretário-geral, uma ex-responsável pelas questões do clima e especialistas denunciam a perda de eficácia das cimeiras do clima e apelam para uma "reforma fundamental".
© Aziz Karimov/Getty Images
Mundo COP29
O ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, a antiga responsável pelas questões climáticas Christiana Figueras e o cientista Johan Rockström, defendem na carta aberta que conferências das Nações Unidas sobre alterações climáticas como a COP29, que decorre até 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, alcançaram marcos importantes, mas já não são adequadas à sua finalidade.
"Devemos trabalhar em conjunto com urgência e propósito, transformando a COP para que possa tomar decisões estratégicas, orientadas para a ação e responsáveis, a fim de alcançar a escala de ambição proporcional ao desafio definidor do nosso tempo", defendem na carta, dirigida ao atual secretário-geral da ONU, António Guterres.
Os subscritores ressalvam que não questionam os objetivos das COP, mas defendem a necessidade de mudar o foco nas negociações, permitindo assim que as conferências da ONU sobre o clima cumpram os compromissos acordados e garantam a transição energética urgente e a eliminação gradual da energia fóssil.
Defendem também critérios de elegibilidade rigorosos para excluir países que não apoiam a transição/eliminação progressiva da energia fóssil e que os países anfitriões das COP devem demonstrar um elevado nível de ambição para cumprir os objetivos do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
A carta aberta foi divulgada no decurso da COP29 em Baku, depois de o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, cujo país obtém quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) do gás e do petróleo, dizer na abertura da conferência mundial inauguração que os recursos naturais como os combustíveis fósseis são "uma dádiva de Deus".
Os signatários da carta exigem também a otimização do processo de negociação para ganhar velocidade e escala e pedem que as cimeiras sobre o clima, em que participam dezenas de milhares de pessoas, sejam transformadas em reuniões mais pequenas, mais frequentes e orientadas para soluções.
Entre os signatários contam-se também a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, e a responsável pela Fundação para Estudos Progressistas Europeus Maria João Rodrigues.
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