Proposta de Borrell de interromper diálogo com Israel debatida 2.ª-feira
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia debatem, na segunda-feira, a proposta do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para suspender o diálogo político com Israel, à luz da situação no Médio Oriente, foi hoje confirmado em Bruxelas.
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Mundo Médio Oriente
Segundo fontes europeias, o tema divide os 27 Estados-membros da União Europeia (UE), pelo que não deverá existir um consenso entre os ministros durante o Conselho de Negócios Estrangeiros agendado para segunda-feira em Bruxelas, reunião na qual Portugal estará representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos.
O diálogo político entre a UE e Israel está previsto no quadro de associação entre Bruxelas e Telavive.
Na quarta-feira passada, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança informou os países membros da UE sobre a sua proposta de suspender o diálogo político com Israel.
A proposta de Borrell baseia-se nas disposições do acordo de associação sobre direitos humanos, avançaram na ocasião fontes diplomáticas da UE.
Borrell cumpre assim a sua promessa de levar esta questão à última reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros a que irá presidir, antes de passar o testemunho à estónia Kaja Kallas, o nome proposto por Ursula von der Leyen para a pasta da diplomacia europeia.
De acordo com os relatórios de organismos internacionais independentes, existem razões para acreditar que Israel está a violar os direitos humanos e o direito humanitário internacional nas suas ofensivas em Gaza e no Líbano, acrescentaram as mesmas fontes.
A proposta de suspensão do diálogo político não significa, no entanto, a suspensão do acordo de associação ou do Conselho de Associação com o país.
De facto, frisaram as fontes diplomáticas, a questão poderá vir a ser discutida no Conselho de Associação com Israel.
Recentemente, a futura comissária europeia para o Mediterrâneo, Dubravka Suica, afirmou ser contra a anulação do acordo de associação com Israel e alertou que tal medida deixaria a UE sem parceiros na região.
Também na agenda da reunião de segunda-feira está a questão da proibição de importar bens oriundos de territórios ocupados na Palestina, não se esperando também, segundo as mesmas fontes, "qualquer decisão".
A guerra lançada por Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, após o ataque terrorista desta organização em 07 de outubro de 2023, continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente.
Até agora, em Gaza, o conflito fez pelo menos 43.736 mortos (quase 2% da população), entre os quais mais de 17.000 menores, e 103.370 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
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