COP29: Ativistas manifestam-se em silêncio em Baku
Cerca de 500 ativistas manifestaram-se hoje em frente ao plenário, na conferencia do clima, em Baku (Azerbaijão), num protesto em que foram proibidas as palavras de ordem ou canções.
© REUTERS/Maxim Shemetov
Mundo COP29
Os manifestantes, munidos de cartazes com palavras de ordem, entoaram durante cerca de uma hora um canto sem palavras, murmurando apenas "humhumhum" a vários ritmos, depois de terem sido proibidos pela organização de cantar ou gritar.
Organizados em cordões humanos, que ladearam os dois lados do pavilhão, os ativistas exigiram justiça climática, o fim dos combustíveis fósseis e, sobretudo, a tomada de decisões por parte dos países que participam na COP29.
Maurício Faxe, do Brasil, disse à agência Lusa que "dezenas de associações e organizações juntaram-se neste protesto porque se está a meio da COP29, próximo da COP30, e as questões do financiamento e da mitigação não estão a avançar".
Para o ativista da CANLA enfrentar as alterações climáticas "é uma emergência" para a qual "não se pode mais ficar nas palavras e é preciso algo efetivo, algo concreto, que não fique só nas palavras e que passe à ação".
Se na COP29, que decorre em Baku, "não se avançar nas negociações", na COP30, que se realizará no Brasil, em 2025, "não sairão resoluções para implantação", disse.
A defensora da justiça climática das Filipinas, Marina Ubaldo, reclamou no protesto que "o Norte Global tem que pagar, porque é sua responsabilidade histórica pagar os danos climáticos" causados a países mais vulneráveis.
As Filipinas "estão a sofrer o sexto tufão em menos de um mês e não podemos esperar por outra catástrofe para atuar", afirmou, alentando que a família tenha sido retirada de casa e esteja agora num centro de acolhimento.
"Os líderes mundiais têm de colocar em prática um financiamento ambicioso da luta contra as alterações climáticas, porque os países vulneráveis já estão a sofrer os impactos da crise climática".
Porém, a meio da conferência que está a decorrer sem que se tomem decisões, a ativista teme que possam "não sair daqui soluções", o que a levou hoje a protestar para mostrar que "esta COP não pode falhar".
A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), decorre até ao dia 22, em Baku, no Azerbaijão.
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