Ataque a escola em Gaza provoca dez mortos e 20 feridos

Pelo menos dez pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças, e 20 ficaram feridas, num ataque israelita contra uma escola em Abu Asi, a oeste da cidade de Gaza, que albergava centenas de deslocados, segundo a imprensa local.

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© Moiz Salhi/Anadolu via Getty Images

Lusa
16/11/2024 17:45 ‧ 16/11/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

As equipas de emergência continuam à procura de outras pessoas desaparecidas, informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa, que dá também conta de mais 16 mortos em ataques israelitas em diversas zonas da Faixa de Gaza.

 

O ataque de Al Shati ocorreu nas instalações da escola Abu Assi - afiliada da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) - que já foi bombardeada mais do que uma ocasião desde o início da guerra pelo exército israelita, que alega que as milícias do Hamas se escondem entre os civis.

A agência oficial palestiniana especificou que o edifício foi atingido, pelo menos, por dois projéteis e que ainda poderão existir mais vítimas nos escombros.

A estas vítimas na escola Abu Assi acrescem 16 mortes nas últimas horas, cinco delas num bombardeamento em Rafah, no sul do enclave.

Uma criança morreu num outro ataque israelita contra a área de Al Mauasi, no oeste do enclave, descrita como uma "zona segura" pelos militares israelitas. Uma sétima morte foi identificada após outro ataque israelita a sul da cidade de Gaza.

Pelo menos quatro palestinianos morreram num ataque israelita no sul de Khan Yunis, e outros cinco morreram devido ao impacto de um projétil israelita no centro da Cidade de Gaza, segundo a agência oficial palestiniana.

Israel aprovou duas leis no parlamento, em outubro, para proibir as operações da UNRWA e encerrar o seu escritório em Jerusalém Leste, alegando que a agência da ONU tem ligações com o Hamas.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 34 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 42.718 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17.000 menores, e 100.282 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Hamas reivindica morte de três soldados israelitas no norte de Gaza

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