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Presidente do Vox. "Vento de mudança" no ocidente com vitória de Trump

O presidente do partido de extrema-direita espanhol Vox, Santiago Abascal, afirmou hoje, no seu primeiro discurso como presidente do partido europeu Patriotas, haver um "vento de mudança" no Ocidente, "especialmente" nos Estados Unidos.

Presidente do Vox. "Vento de mudança" no ocidente com vitória de Trump
Notícias ao Minuto

16/11/24 21:40 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Eleições EUA

Abascal referia-se à recente vitória do ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, nas eleições presidenciais norte-americanas, a 05 de novembro.

 

O novo presidente do partido Patriotas - que se inclui, no Parlamento Europeu, no grupo Patriotas pela Europa, com a terceira maior representação no hemiciclo comunitário e que inclui também os partidos liderados pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e pela líder da União Nacional francesa, de extrema-direita, Marine Le Pen, apelou para que se "aproveite esta oportunidade".

"Não podemos deixar passar este momento histórico", sublinhou, argumentando que é dever do partido Patriotas ser "um instrumento para o crescimento e a vitória das forças patrióticas e soberanistas em toda a Europa".

Nessa linha, centrou-se na necessidade de ultrapassar os limites da própria organização e de procurar alianças nas instituições europeias e no Parlamento Europeu para "alcançar maiorias alternativas àquelas de que a Europa tem vindo a padecer às mãos de um federalismo apátrida e, que por vezes adquiriu contornos quase soviéticos".

Anteriormente, Abascal tinha sustentado que esta "aliança de patriotas de toda a Europa" é necessária não só porque partilham valores, mas também porque partilham ameaças: "Sofremos a ameaça permanente e crescente, cada vez mais agressiva, contra a soberania das nossas nações por parte daqueles que querem submetê-las a estruturas supranacionais que ninguém votou e que, evidentemente, não defendem os interesses dos nossos povos".

Num plano mais alargado, Abascal sublinhou que os valores comuns da formação são o respeito pelas respetivas soberanias que a compõem, enumerando: "a afirmação da liberdade até às últimas consequências, a defesa da dignidade humana, a defesa da nossa identidade e das nossas tradições e a defesa da civilização cristã".

Prosseguindo as críticas às estruturas supranacionais, Abascal salientou que estas também "padecem da ameaça dos burocratas e dos globalistas", que as utilizam para "impor ideologias perversas, liberticidas e também ideologias ruinosas, desde a ideologia 'woke', que destrói as mentes, até ao fanatismo climático e à ditadura verde que estão a destruir as nossas indústrias e os nossos campos e a empobrecer os nossos povos".

A este respeito, argumentou que "as agendas globalistas já estão a ser ensinadas até nos manuais escolares às crianças mais pequenas" e que Espanha é disso exemplo.

"Querem silenciar milhões de europeus", continuou o líder do Vox, falando da "perseguição político-judicial que Marine Le Pen está a sofrer, que [o vice-primeiro-ministro italiano] Matteo Salvini está a sofrer neste momento, que [o líder da extrema-direita neerlandesa] Gert Wilders sofreu, que os nossos amigos da Áustria e da Flandres também sofreram e que Viktor Orbán também sofreu, embora sempre através da chantagem orçamental dos fundos europeus, que os burocratas pensam que são deles".

"Querem roubar a voz aos europeus e fazem-no atacando os seus líderes mais populares. E fazem-no de uma forma cada vez mais cruel e contundente, destruindo algo tão europeu como a liberdade de expressão", acrescentou.

Abascal carregou também contra o "ataque" de que são alvo as identidades partilhadas, a civilização europeia e as suas raízes judaico-cristãs, bem como a igualdade e segurança das mulheres que "se sentem cada vez mais inseguras em muitas ruas europeias".

Uma situação cuja responsabilidade atribuiu à "imigração ilegal e em massa", assim como ao islamismo, afirmando: "É incompatível com a nossa maneira de ser e a nossa maneira de viver, incompatível com a Europa e incompatível com todas e cada uma das nossas nações".

Na sua opinião, na sequência com o "vento de mudança em todo o Ocidente", já se pode perceber "a raiva e a impotência dos burocratas globalistas e da esquerda islamita, que está a intensificar os seus ataques, a acelerar as suas tentativas de cancelamento e que, porque está a perder, está a tornar-se mais perigosa e mais agressiva porque sabe que o seu tempo acabou".

Por fim, Abascal defendeu: "Até agora, só os inimigos de tudo o que é belo, que é o amor à nossa pátria, à nossa liberdade, às nossas tradições, às nossas famílias, trabalharam unidos".

Por essa razão, encorajou os seus apoiantes a trabalharem também em conjunto: "Temos o dever de promover uma resposta total e global ao globalismo", salientou, antes de sublinhar: "Nós, pessoas de bem, devemos estar unidos".

O Partido Patriota reúne formações de 11 países europeus e tem 86 deputados no Parlamento Europeu, que representam mais de 19 milhões de europeus, sendo o terceiro maior grupo parlamentar, atrás do Partido Popular Europeu (PPE) e da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D).

O grupo parlamentar nasceu após as eleições europeias de junho passado, a partir de uma aliança entre o Fidesz, o partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema-direita, e a Aliança dos Cidadãos Descontentes, populista checa. Faz também parte desta aliança o União Nacional francesa de Marine Le Pen, que, tal como Orbán, esteve presente na reunião de Paris onde Abascal foi eleito presidente.

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