"O destino do mundo e da Europa" decide-se em Minsk
O Presidente da Ucrânia declarou hoje que "o destino do mundo e da Europa" vai decidir-se na cimeira de Minsk, com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, e dirigentes da União Europeia.
© Reuters
Mundo Petro Poroshenko
"O destino do mundo e da Europa vai decidir-se ao longo deste encontro em Minsk. É assim que o vejo", afirmou Petro Poroshenko, depois de um aperto de mãos com Putin, antes do início das negociações no Palácio da Independência na capital da Bielorrússia.
Poroshenko pediu também apoio para o seu plano de paz para o conflito no leste da Ucrânia, que inclui o desarmamento dos separatistas pró-russos e a descentralização do país, embora se tenha mostrado disposto a debater outras soluções para a crise.
Já o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu que o conflito ucraniano não pode ser resolvido pela força, numa alusão à ofensiva das forças de Kiev contra os bastiões rebeldes de Donetsk e Lugansk.
"Estamos convencidos de que [a crise ucraniana] não poderá ser resolvida através da escalada do uso da força, sem ter em conta os interesses vitais das regiões do sudeste do país e sem diálogo pacífico com os seus representantes", sublinhou.
Perante os fotógrafos, os dois chefes de Estado cumprimentaram-se no Palácio da Independência, sede dos encontros, em Minsk, entre a União Aduaneira (Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão), Ucrânia e UE.
Depois da cimeira, vários encontros bilaterais estão previstos, entre os quais o mais esperado vai pôr frente a frente Putin e Poroshenko.
"Considero importante que fale diretamente, frente a frente, com Putin. Para a Rússia e para a Ucrânia chegou a hora da verdade. O derramamento de sangue não pode continuar", disse o Presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbaiev, durante o encontro com Poroshenko.
"Se isto continuar, pode transformar-se num confronto global", acrescentou Nazarbaiev, que pediu aos dois líderes um compromisso para travar as hostilidades no leste da Ucrânia, onde Kiev acusa Moscovo de apoiar e armar os separatistas.
Durante a abertura da cimeira, o presidente do Cazaquistão pediu a realização de uma trégua humanitária em benefício da população na zona de combates, em Donetsk e Lugansk.
O chefe de Estado bielorrusso, Aleksandr Lukachenko, apelou para a responsabilidade dos dois países.
"Se queremos ser considerados políticos responsáveis, devemos ter consciência da responsabilidade que temos perante os nossos povos e deixar de lado as ambições políticas", disse Lukachenko, no poder desde 1994 e sob sanções de deslocação para os Estados Unidos e Europa ocidental.
O líder bielorrusso convidou os participantes a realizar em Minsk novas rondas de negociações para resolver a crise ucraniana.
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