Douglas Bryan Velázquez, porta-voz e representante daquela que pode ser a última caravana durante a administração de Joe Biden, informou a Guarda Nacional que este grupo de migrantes sem documentos integra cerca de 5.000 pessoas que terão como ponto de descanso Huehuetán, a cerca de 26 quilómetros de Tapachula.
O contingente, composto por pessoas da Venezuela, Colômbia, Equador, Honduras, El Salvador e Guatemala, partiu às primeiras horas da manhã nesta nova caravana de pessoas que procuram chegar antes da tomada de posse de Trump, a 20 de janeiro de 2025.
O venezuelano Emilco Chacoa disse à agência noticiosa espanhola EFE que Trump tem de entender que, por mais que tente deter os migrantes a caminho dos Estados Unidos, tal "será impossível".
"O melhor é ter um processo de migração organizado para que a migração entre de forma organizada, pormenorizada, com o local de origem, profissões com rostos, em vez de ter uma migração que, quer queira quer não, vai entrar da mesma forma e se entrar de forma desorganizada vai ser um problema", disse.
Chacoa, com várias malas ao ombro, defendeu que a melhor opção é manter o "CBP One", uma aplicação móvel do Gabinete das Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) que a administração Biden criou para gerir as marcações de asilo.
Roger Sánchez, da Venezuela, implorou ao próximo governo dos Estados Unidos que lhes permita entrar pacífica e legalmente porque o seu objetivo é trabalhar.
"Não nos vão tirar dos Estados Unidos, passámos por tantas coisas ao longo do caminho, porque temos família lá e queremos passar o Natal lá com os amigos e a família. É por isso que vamos para lá, para termos a oportunidade de o passar antes de dezembro", disse.
A caravana de migrantes conta apenas com a segurança rodoviária de dois elementos da Guarda Nacional e da Divisão de Estradas, enquanto o Sistema de Desenvolvimento Integral da Família (DIF) entregou suplementos alimentares e fraldas às famílias.
Apesar da queda de 76% na detenção diária de migrantes na fronteira com os Estados Unidos desde dezembro, segundo dados do governo mexicano, a migração irregular através do México aumentou 193% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de mais de 712.000 pessoas, de acordo com a Unidade de Política de Migração.
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