A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, afirmou esta quinta-feira que o país está disposto a considerar "qualquer iniciativa" de paz sobre o conflito com a Ucrânia, desde que seja "realista e não politizada".
"Estamos abertos a negociações, estamos prontos a considerar qualquer iniciativa realista e não politizada - claro", afirmou, citada pela agência de notícias Reuters, acrescentando que o acordo teria de tomar "em consideração os interesses" da Rússia.
"Gostaria de sublinhar mais uma vez: a palavra-chave é ter em conta os interesses do nosso país, a situação atual no terreno e as garantias de cumprimento dos acordos relevantes", frisou.
Na quarta-feira, a Reuters avançou, citando fontes do Kremlin, que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria disposto a negociar um plano de paz com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
No entanto, a Rússia não poderia fazer concessões de territórios já anexados e a Ucrânia teria de abandonar as suas intenções de se juntar à aliança transatlântica NATO.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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