"Nova era" ou "fracasso"? Acordo na COP29 divide países e organizações

O acordo final prevê um financiamento anual de pelo menos 300 mil milhões de dólares para os países em desenvolvimento.

Notícia

© Maxim Shemetov/Reuters

Notícias ao Minuto
24/11/2024 07:57 ‧ 24/11/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

COP29

A urgência do combate às alterações climáticas por parte dos países de todo o mundo levou o diretor da ONU Clima, Simon Stiell, a classificar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) como "uma apólice de seguro para a humanidade", mas mesmo após duas noites de horas extraordinárias, o compromisso financeiro foi 'tirado a ferros' e dividiu opiniões.

 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi um dos primeiros a reagir ao acordo que prevê um financiamento anual de pelo menos 300 mil milhões de dólares para os países em desenvolvimento, para os ajudar na transição energética, mas também para fazerem face aos problemas causados pelas alterações climáticas. Admitiu que "esperava um resultado mais ambicioso - tanto em termos de financiamento como de mitigação" e lembrou que cumprir o acordo é essencial para manter vivo o limite de 1,5°C para o aquecimento global.

Do lado da União Europeia (UE), o comissário europeu Wopke Hoekstra saudou no sábado à noite "o início de uma nova era" para o financiamento do clima, para o qual todos "trabalharam arduamente", garantindo "que há muito mais dinheiro sobre a mesa". E a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acredita que o acordo "estimulará o investimento na transição energética e reduzirá as emissões" de gás com efeito de estufa.

Na mesma linha, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, saudou o "passo importante" que coloca todos os países "num caminho mais seguro para um futuro melhor".

Acordo da COP29?

Acordo da COP29? "Permite-nos dar um grande passo em frente"

O Presidente dos Estados Unidos saudou como um "passo importante" o acordo alcançado que prevê um financiamento anual de pelo menos 300 mil milhões de dólares (288 mil milhões de euros) para os países em desenvolvimento.

Lusa | 06:22 - 24/11/2024

Países pobres dececionados. "Pouco ambicioso"

Os países mais pobres do mundo, que vão receber os fundos dos mais ricos, resignaram-se ao valor final, mas não esconderam a deceção com o resultado "pouco ambicioso".

Evans Njewa, do Malawi, em nome do grupo dos Países Menos Avançados (PMA), afirmou que o acordo "não é suficientemente ambicioso" e a Índia alegou que "o montante proposto para ser mobilizado é terrivelmente baixo".

Já a ministra do Ambiente do Brasil, Marina Silva, que será a anfitriã da próxima COP dentro de um ano, viu mesmo Baku como uma "experiência dolorosa".

Mesmo entre os países europeus houve quem não ficasse satisfeito. A ministra da Transição Ecológica de França, Agnès Pannier-Runacher, disse que o acordo alcançado em Baku "não está à altura dos desafios" e que o texto sobre o financiamento surgiu "num clima de confusão e contestado por vários países".

França diz que acordo atingido na COP29

França diz que acordo atingido na COP29 "não está à altura dos desafios"

A ministra da Transição Ecológica de França, Agnès Pannier-Runacher, disse que o acordo alcançado em Baku para o financiamento do clima é dececionante e "não está à altura dos desafios".

Lusa | 06:24 - 24/11/2024

Portugal congratulou-se com o acordo, mas lamenta não ter havido "mais ambição" no que concerne à mitigação.

Organizações ambientais dececionadas com "resultado negativo"

A organização ambiental Greenpeace descreveu os mecanismos acordados no mercado de carbono como "uma farsa" e vê o resultado final da cimeira como "negativo".

Uma opinião partilhada pela associação ambientalista portuguesa Zero, que vê o resultado como insuficiente e lamenta o "infeliz clima de controvérsia e apreensão".

Leia Também: Países pobres resignados a acordo financeiro dececionante na COP29

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas