"E de onde pode surgir uma única conquista que reflita os seus delírios, especialmente quando os fantasmas dos seus antepassados estão diante dele, anunciando a bandeira da derrota, o revés histórico sofrido?", disse o porta-voz israelita na rede social X.
Ao mencionar a palavra "antepassados", Avichay Adraee referia-se à eliminação, por Israel, do antecessor de Qassem e líder histórico do Hezbollah durante 30 anos, Hassan Nasralah, que morreu num bombardeamento em Beirute a 27 de setembro, mas também à morte nesta guerra de quase toda a cadeia de comando do grupo xiita libanês pró-iraniano, incluindo mais de uma dúzia de altos funcionários.
Em outra mensagem, também publicada na rede social X, Avichay Adraee rejeitou o facto de Qassem ter repetido hoje que não queria a guerra, acrescentando que tais "'slogans' fracos e pretensas vitórias" escondem apenas um resultado, "a derrota" do movimento.
Qassem afirmou hoje que a milícia Hezbollah alcançou uma "vitória divina" sobre Israel, apesar de o movimento armado "não querer a guerra" com Israel, cujos bombardeamentos e incursões no terreno fizeram em um ano cerca de 4.000 mortos no Líbano.
O líder do grupo xiita apoiado pelo Irão afirmou também que a invasão terrestre lançada por Israel a 01 de outubro tinha como objetivo "a aniquilação do Hezbollah", meta essa que na sua opinião foi um "fracasso".
As declarações de Naim Qassem surgem dois dias após o início de um cessar-fogo no Líbano.
A trégua de 60 dias entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, mediada pelos Estados Unidos e pela França, entrou em vigor na quarta-feira.
O acordo prevê que os militantes do Hezbollah se retirem para norte do rio Litani e as forças israelitas regressem ao seu lado da fronteira.
A chamada zona tampão será patrulhada por tropas libanesas e por forças de manutenção da paz da ONU.
As autoridades israelitas afirmaram que as forças serão retiradas gradualmente à medida que se assegura que o acordo está a ser cumprido.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano (ocorrido a 07 de outubro de 2023) ter desencadeado uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Depois de quase um ano de trocas de tiros com o Hezbollah na fronteira com o Líbano, o exército israelita lançou uma intensa campanha de bombardeamentos e uma ofensiva terrestre no sul do território libanês.
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